CONTINUIDADE E MUDANÇA
Salvaguarda e readaptação da herança do Movimento Moderno na Arquitectura
Wessel de Jonge irá analisar, de uma perspectiva geral, a questão da salvaguarda e reutilização da herança do Movimento Moderno na Arquitectura, sublinhando algumas das especificidades que distinguem a salvaguarda da arquitectura moderna da prática geral da salvaguarda do património. Apresentará, entre outras coisas, os seus projectos para a Oficina de Design Van Nelle em Amesterdão (1928-31) e para o antigo Sanatório Zonnerstraat em Hilversum (1928), ambos incluidos na Lista Provisória de Nomeações a Património Mundial proposta no ano passado pelo governo holandês .
O Pavilhão Holandês da Bienal de Veneza, desenhado em 1953 pelo arquitecto Gerrit Rietveld, pertencente ao denominado movimento “De Stijl” , foi restaurado por Wessel de Jonge em 1995. Ressaltando a importância vital de integrar a arquitectura do século XX numa continuidade histórica, mostrará de que modos os arquitectos desses três edifícios representam filosofias muito diferentes da arquitectura moderna, que respondem aos grandes desafios sociais e culturais do século XX. A sua comunicação analisará ainda o recente restauro da Villa Tugendhat em Brno, na República Checa (Lista do Património Mundial de 2006),de cujo comité consultivo internacional THICOM Wessel de Jonge foi membro.
Na segunda parte, será apresentada a actual política holandesa de adaptação e reutilização de edifícios de valor histórico arquitectónico. A presente crise económica leva a que a indústria da construção tenha um maior interesse em investir em edifícios já existentes do que em edifícios novos, o que pode proporcionar novas oportunidades ao nosso património. A sustentabilidade e a viabilidade económicas tornam-se cada vez mais importantes quando se trata da salvaguarda do nosso património recente, incluindo o do período pós-guerra. A relevância atribuída ao aspecto experimental e o gosto por uma estética minimalista que utilizava tecnologias recentes está na origem de muitas das limitações técnicas da arquitectura moderna. Dar a esses edifícios uma nova oportunidade de vida exige uma visão arquitectónica inovadora e livre que a obra de Wessel de Jonge exemplifica.