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UMBERTO ECO – HUMANISTA TOTAL

Conheci pessoalmente Umberto Eco e recordo esse momento que partilhei com Antonio Tabucchi, saudoso amigo e grande nome da cultura europeia.
Eco era uma personalidade fascinante. Sendo medievalista e semiólogo foi o que alguns classificaram apropriadamente como o «humanista total».
Quando lemos toda a sua obra, apercebemo-nos disso mesmo.
«O Nome da Rosa» é um dos grandes romances europeus de sempre – e constitui uma verdadeira parábola sobre a modernidade em diálogo com um tempo ainda muito desconhecido – que é a Idade Média. Eco era fascinado pela Idade Média, como um tempo de grande curiosidade e de diálogo entre culturas.
Um jornal italiano diz que ele era o homem que tudo sabia. Assim era no sentido de quem nunca deixou de perguntar. Até ao fim da vida foi alguém com uma curiosidade insaciável.
“O Pêndulo de Foucault”, “Apocalípticos e Integrados”, “Obra Aberta” são referências indispensáveis.
A grande lição de Umberto Eco é a da necessidade de um novo humanismo, capaz de ligar letras e ciências, educação e artes – em suma, a ambição de um saber complexo e integrado.
Umberto Eco é um símbolo bom do nosso tempo!
 
Guilherme d’Oliveira Martins
 
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