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UMA PEÇA DO MNAA POR SEMANA

O CNC e o MNAA divulgam aqui algumas das peças mais significativas deste museu.

Uma Peça do Museu Nacional de Arte Antiga
Semana de  8 de Fevereiro a 16 de Junho de 2010


O Centro Nacional de Cultura (CNC) e o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) levam a efeito, desde 2006, uma iniciativa comum de divulgação das peças mais significativas do primeiro Museu português. Deste modo, queremos promover o melhor conhecimento do nosso património cultural, incentivando a visita aos nossos Museus, e em especial ao Museu Nacional de Arte Antiga.


Além da divulgação no portal www.e-cultura.pt e no sítio www.cnc.pt, promoveremos ao longo do ano outras iniciativas que serão divulgadas nos nossos programas trimestrais. A memória cultural constitui um factor fundamental para a melhor compreensão da nossa identidade, vista como realidade aberta, na encruzilhada entre a herança e a criação, entre a tradição e a inovação.


Agradecemos à Direcção do MNAA e à sua equipa a oportunidade que nos dá de melhor conhecermos um acervo tão rico e fundamental para a compreensão do que somos como povo e como cultura.




Retrato da família do 1º Visconde de Santarém
Domingos António de Sequeira (1768-1837)
1810 – 1816
Óleo sobre tela
Oferta do 3º Visconde de Santarém,
Manuel Francisco de Barros Saldanha, 1911
MNAA, invº 1223 Pint


Ao contrário do que é comum no resto da Europa nas primeiras décadas do século XIX, são pouco frequentes na pintura portuguesa as representações de grandes grupos familiares. Neste retrato colectivo, testemunho privilegiado de um contexto histórico atribulado, vivido num clima nacional e internacional de profundas mutações, condensa Domingos Sequeira a visão de uma família da aristocracia do início do século XIX. 


Num vasto e moderno salão encontramos representados, o 1º Visconde, João Diogo de Barros Leitão Carvalhosa, sua mulher e cinco filhos, além do irmão mais novo do visconde, um prelado. Mas também alguns outros familiares se encontram representados – e, portanto presentes – na pintura sobre a lareira. Em cima da mesa, vemos a maquete de uma estátua do Príncipe Regente D. João (futuro D. João VI), ao serviço de quem o Visconde trabalhava. Entre diversos outros cargos na Corte, exercia funções como Inspector dos Paços e Quintas Reais. Pelos muitos serviços prestados foi-lhe conferido em 1811 o título nobiliárquico. A representação fala-nos sobre a destacada posição social a que as circunstâncias da ausência da família real no Brasil haviam guindado o visconde e sua família. Nesse sentido, diversos detalhes presentes nesta grande tela, e que poderão escapar aos visitantes em geral, ganham significados que pedem a nossa atenção.


Tanto o tratamento compositivo como a sensibilidade revelada na abordagem das figuras fazem deste retrato de família uma peça de referência no panorama da pintura portuguesa de oitocentos. Esta pintura destaca-se, assim, não só como testemunho de um período estético, mas também como um documento histórico e sociológico da maior relevância.

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