Lançamento
Razão Comovida, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2011
Dia 1 de Março às 18h
Galeria Fernando Pessoa
(Largo do Picadeiro, 10 – 1º)
A OBRA
Esta obra convoca a cultura filosófica de língua portuguesa a debater os paradigmas do racionalismo do Ocidente, em face dos quais tem esta cultura se posicionado, medindo-os, pesando-os e reflectindo-lhes a estreiteza, a precariedade e a insensatez de destinos e problemas da exclusão do outro aos desastres ambientais: veros desafios para a sociedade e o pensamento. De tal debate chega o autor a um novo conceito de razão – a razão comovida , matricialmente fundado nas aspirações originais da nossa sapiência, na forma como esta se revelou na vida e na metafísica, da nau quinhentista à ilha de Camões e à saudade das origens. O conceito de razão comovida traz consigo uma reinterpretação global das possibilidades e limites da razão ocidental pela sua reavaliação metafísica e ontológica à luz da existência, da experiência estética e ética, e da experiência religiosa. É a razão tocada pela afectividade, aberta à estesia do belo, à emoção do sublime e à cósmica visão do mistério. A obra compõe-se de vinte e oito ensaios, abrange a história do pensamento peninsular anterior à fundação de Portugal e estende-se a época recente, com a presença do Brasil através de Miguel Reale, e convoca outros pensadores como Afonso Botelho, Agostinho da Silva, Amorim Viana, Antero de Quental, A. Braz Teixeira, A. Dias de Magalhães, A. José de Brito, António Sérgio, Cunha Seixas, Domingos Tarrozo, J. Cerqueira Gonçalves, José Marinho, Leonardo Coimbra, M. B. da Costa Freitas, Manuel de Arriaga, Pinharanda Gomes, Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoaes e Vergílio Ferreira. A estes são dedicados capítulos específicos, mas muitos outros – Santo António de Lisboa, Francisco Sanches, Ibne al-Sid, João de Barros, Leão Hebreu… são rastreados em ensaios notáveis como «Fé e Razão no Pensamento Filosófico Português» e «Ideia e Destinos da Razão na Filosofia Portuguesa do Século XIX».
O AUTOR
Manuel Cândido Pimentel é licenciado pela Universidade do Porto, mestre pela Universidade de Lisboa e doutor pela Universidade Católica Portuguesa, onde é professor na Faculdade de Ciências Humanas e Faculdade de Teologia, director do CEFi e da colecção «Estudos de Filosofia» da Universidade Católica Editora. Leccionou na Universidade dos Açores, onde iniciou a carreira académica, e na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, onde deu aulas de cultura portuguesa, história da cultura e sociologia das religiões. É membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, sócio fundador do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e membro da Academia Brasileira de Filosofia. Tem nesta editora os seguintes títulos: Odisseias do Espírito (1996) e A Ontologia Integral de Leonardo Coimbra: Ensaio sobre a intuição do ser e a visão enigmática (2003). Publicou também, entre outros, Antero de Quental: Uma Filosofia do Paradoxo (1993), Filosofia Criacionista da Morte (1994) e De Chronos a Kairós (2008).