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“Que Portugal queremos ser, que Portugal vamos ter?”

O historiador Rui Ramos é o orador convidado no ciclo de jantares-debate em junho.   

Está confirmado para 28 de junho o próximo jantar-debate promovido pelo Clube Português de Imprensa, em parceria com o Centro Nacional de Cultura e o Grémio Literário, subordinado ao tema “Que Portugal queremos ser, que Portugal vamos ter?, tendo o historiador Rui Ramos  como orador convidado. 

Polémico e frontal, é de um dos mais ativos protagonistas de uma nova geração que se tem afirmado pela qualidade da sua intervenção no espaço público, sem concessões a tendências seguidas como moda e avesso, por natureza, ao politicamente correto.

De acordo com a sua biografia pública, Rui Manuel Monteiro Lopes Ramos nasceu em Torres Vedras, em 1962, e licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1985, onde teve uma breve passagem como assistente estagiário.  

Foi ainda professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (1998-2001) e, depois, do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (desde 2001). 

No Instituto de Ciências Sociais, foi membro da Comissão Permanente do Conselho Científico (2001-2004), vogal da Comissão de Pós-Graduação (1998-2000) e membro do conselho de redação da revista Análise Social (2003-2004).

Enquanto historiador, especializou-se na história de Portugal dos séculos XIX e XX, estudando sobretudo os aspetos políticos e culturais. Tem-se dedicado, em particular, à investigação da época do final da monarquia constitucional e da I República. 

Interessa-se, também, pela história das ideias políticas na Europa dos séculos XIX e XX, tema sobre o qual tem orientado vários seminários no Instituto de Ciências Sociais, no âmbito do programa de mestrado e doutoramento em Política Comparada. Doutorou-se em Ciência Política, pela Universidade de Oxford, em 1997.

É autor de dezenas de artigos publicados em revistas científicas portuguesas e estrangeiras, e de vários livros, entre os quais “A Segunda Fundação“, 1994, Volume VI da História de Portugal dirigida por José Mattoso, “João Franco e o Fracasso do Reformismo Liberal”, 2001, e a Biografia de D. Carlos I de Portugal, na série dos Reis de Portugal, de 2006. 

Foi, ainda, um dos Coordenadores da obra, em três volumes, Dicionário Biográfico Parlamentar’, e autor de A Monarquia Constitucional, de 2004-2005. Colaborou no projeto internacional El Léxico Político y Social de la Modernidad Iberoamericana (Proyecto Iberconceptos), que congrega investigadores de universidades espanholas, portuguesas e latino-americanas com vista à elaboração de um Dicionário de História dos Conceitos Políticos e Sociais no Mundo Ibero-Americano, entre 1750 e 1870.

Foi um dos fundadores e membro do Conselho de Redação da “Penélope. Revista de História e Ciências Sociais”, entre 1988 e 2006 e um dos organizadores dos dois Congressos de “História Social das Elites”, em 1991 e em 2003.
É vogal da Administração do jornal online Observador, presidida por António Carrapatoso. 

Em Outubro de 2002, a Academia Europaea outorgou-lhe a distinção de Burgen Scholar “in recognition of excellent academic achievement”.

Em 2009, recebeu o Prémio D. Dinis, conjuntamente com Bernardo de Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro pela obra História de Portugal.
A 7 de junho de 2013 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Numa entrevista em 2010, Rui Ramos já advertia para o facto de sermos “uma população que mostrou sempre uma grande disponibilidade para ter expectativas acima dos recursos que tem. Um Estado sempre com défice, com uma dívida gigantesca (…)”.
E interrogava-se: “o que é que isto revela?” E a sua resposta não podia ser mais incisiva: “Revela uma sociedade aspiracional que não vive com os recursos que tem, que pretende proporcionar às gerações seguintes melhores condições de vida do que aquelas que conheceu. Também temos a verrina, a má-língua, o reduzir tudo a proporções mesquinhas. E, mais uma vez, são coisas ambivalentes: alguém que tem sucesso em Portugal, tem sucesso contra tanta coisa, que algum mérito há-de ter!”

Nessa mesma entrevista, encarava a sociedade portuguesa como uma das que “mais mudaram nos últimos 30 ou 40 anos”, comum percurso que “outras sociedades seguiram em 50, 70, 100 anos”.

Para Rui Ramos, “passámos de uma sociedade rural para uma sociedade urbana, de uma ocupação agrícola para uma ocupação no sector dos serviços. Isto tudo no tempo de uma geração”.

É esta personalidade, com um recorte invulgar e um invejável currículo como historiador e académico, que poderemos ouvir na Sala da Biblioteca do Grémio Literário, num jantar-debate que, ao refletir sobre o passado, perspetiva o presente e o futuro. 

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