O terceiro jantar-debate do novo ciclo “Que Portugal na Europa, que futuro para a União?” contará com a participação de António Vitorino como orador–convidado. Será a 23 de novembro, na Biblioteca do Grémio Literário, promovido pelo Clube Português de Imprensa, em parceria com o Centro Nacional de Cultura e o próprio Grémio Literário.
Advogado com um currículo invejável, António Vitorino preserva uma intensa atividade política, apesar de considerar-se fora dela. Próximo do líder do PS, António Costa, de quem é amigo e conselheiro, intervém com regularidade no espaço público, quer em artigos de opinião dispersos pela Imprensa, quer enquanto comentador na televisão.
Conhece igualmente bem António Guterres, a quem outorga a qualidade “de meu controleiro e vigilante perante os meus desvios esquerdistas”, conforme revelou numa entrevista de vida, reconhecendo ainda que sempre gostou de viver rapidamente – “Esse é um síndrome da minha vida; (…) fiz sempre coisas muito cedo. Para poder viver, provavelmente, duas vidas numa só”.
Leitor compulsivo, sente ter vocação negocial e aprendeu a ter paciência com os chineses na sua passagem por Macau.
Licenciado em Direito (1981) e mestre em Ciências Jurídico-Políticas, António Vitorino foi assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e dos departamentos de direito da Universidade Autónoma de Lisboa e da Universidade Internacional em Lisboa. Admitido em 1983 na Ordem dos Advogados, desempenhou cumulativamente cargos em empresas diferentes e com relevante posição no tecido económico português.
Também exerceu as funções de professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Católica Global School of Law, da Universidade Católica Portuguesa. Foi presidente da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (2007-2009).
De acordo com a sua biografia oficial, Vitorino aderiu à Juventude Socialista quando estudava no Liceu Camões. Não obstante a sua filiação, viria a aproximar-se de outros grupos, como a Frente Socialista Popular, o Movimento Socialista Unificado, em 1976, e ainda a União de Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS), em 1978.
Em 1980 foi eleito, pela primeira vez, deputado à Assembleia da República, nas listas da UEDS, através da coligação Frente Republicana e Socialista. Foi, depois, sucessivamente eleito em cinco legislaturas, pelo PS, até 2006. Foi deputado ao Parlamento Europeu, onde presidiu à Comissão das Liberdades Cívicas e dos Assuntos Internos.
Foi várias vezes chamado a funções governativas, tendo sido Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares no IX Governo Constitucional (1983-1985), Secretário-Adjunto do Governador de Macau (1986-1987), Ministro da Presidência e Ministro da Defesa Nacional no XIII Governo Constitucional (1995-1997).
Foi Comissário Europeu, responsável pela Justiça e Assuntos Internos (1999-2004), e Juiz do Tribunal Constitucional (1989-1994).
A 9 de junho de 2014 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
É esta personalidade, com um excecional currículo, que muitos socialistas gostariam de ter visto ser primeiro-ministro ou Presidente da República, que vamos ouvir na Biblioteca do Grémio Literário, sobre as perspetivas que se deparam para a União Europeia e para Portugal como parte dessa comunidade.
Data e hora: 23 de novembro, às 20h30
Local: Grémio Literário
Preço: 30€