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PRÉMIO PESSOA ATRIBUÍDO A MÁRIO CLÁUDIO

Mário Cláudio (1941) acaba de ser agraciado com o Prémio Pessoa pelo seu “inestimável contributo para a história da Literatura Portuguesa”…

PRÉMIO PESSOA ATRIBUÍDO A MÁRIO CLÁUDIO


Mário Cláudio (1941) acaba de ser agraciado com o Prémio Pessoa pelo seu “inestimável contributo para a história da Literatura Portuguesa”, sendo definido pelo júri, presidido por Francisco Pinto Balsemão, como um “escritor de escritores e escritor de leitores”. Mário Cláudio é pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (1966), diplomado com o curso de bibliotecário-arquivista pela mesma Universidade, Master of Arts em Biblioteconomia em Londres, onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi funcionário da Delegação do Norte da então Secretaria de Estado da Cultura (1978). Presidiu à comissão instaladora do não concretizado Museu da Literatura. Dirigiu diversos documentais para a televisão sobre literatura portuguesa, colaborou em inúmeros jornais e revistas. Foi professor na Escola Superior de Jornalismo do Porto e é professor convidado da Universidade Católica no Porto. Foi Grande Prémio de Romance e Novela da APE com a obra “Amadeo”; Prémio do Pen Clube Português em ficção com “O Pórtico da Glória” (1997); Prémio Eça de Queirós do Município de Lisboa (1997) e Prémio de Crónica da APE com “A Cidade no Bolso”. Mário Cláudio estreou-se na poesia com “Ciclo de Cypris” (1969) e no romance em “Um Verão Assim” (1974). Com a trilogia da mão “Amadeo” (1984), “Guilhermina” (1986) e “Rosa” (1988), sobre Amadeo de Souza-Cardoso, Guilhermina Suggia e Rosa Ramalho atingiu a maturidade literária. Entre 1990 e 1997 publicou uma segunda trilogia: “A Quinta das Virtudes” (1990), “Tocata para dois clarins” (1992) e “O Pórtico da Glória” (1997) – sobre a vida de cavalheiros de indústria de origem castelhana. Em 1995 deu à estampa “As Batalhas do Caia” sobre o romance que Eça teria desejado escrever. Em 1998, no centenário da descoberta do caminho marítimo para Índia, publicou “Peregrinação de Barnabé das Índias” sobre a viagem de Gama, vista por um anónimo. Acaba de publicar o romance “Gémeos”, inspirado na vida de Goya, último da trilogia composta por “Ursamaior” (2000) e “Orion” (2003). E lançou nas últimas semanas “Triunfo do Amor Português”. A cultura portuguesa interessa-o como modo de interrogação sobre a identidade e sobre quem somos. “Gosto de visitar os mitos, dão-nos ideia de uma cultura em dinâmica. A cada releitura o mito vai-se enriquecendo ao contrário dos factos” – costuma afirmar. António Lobo Antunes tem repetido ser Mário Cláudio o ficcionista que mais preza e Lídia Jorge fala de “um esteta da palavra, um estilista da língua”… Mário Cláudio tem sido um amigo e colaborador activo do Centro Nacional de Cultura. O CNC saúda a justíssima atribuição do prémio a quem tem sabido aliar o exemplar culto da língua portuguesa a um inteligente aprofundamento dos valores da cultura portuguesa, como realidade aberta e multifacetada. Muitos parabéns!

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