Conferência “O Bairro português de Malaca. Passado, presente e futuro”
Cumprimentando os cerca de 80 convidados presentes e agradecendo a oportunidade e o contributo pela causa de Malaca, referindo o convite da Fundação Oriente, a presença do CNC, o apoio do Camões Instituto da Língua e da Cooperação e da empresa Logoplaste, foi assim que Luisa Timóteo deu inicio à conferência.
Fez uma breve introdução como abraçou Malaca em Novembro de 2006. Compromisso de um sonho que acredita realizar pequenos e grandes impossíveis com todos os que desejam não deixar morrer um legado de raízes portuguesas, deixado desde o séc. XVI.
Falou do PASSADO presente do Bairro Português de Malaca, invocando:
* A herança do património da comunidade cristã de Malaca, sendo o maior fator de integração, mostrando o importante papel dos missionários na preservação da religião, da cultura e costumes da passagem dos portugueses em Malaca.
* O Papiá cristang que sobreviveu como língua passada de geração em geração, apesar da perseguição depois da ocupação dos holandeses em 1641.
* O valioso contributo do Padre Manuel Joaquim Pintado natural de Freixo Espada à Cinta, que permaneceu cerca de 40 anos em Malaca. Autor de várias obras sobre a história do território consquistado por Afonso de Albuquerque em 1511. Tendo consagrado o seu estudo com a atribuição da primeira bolsa atribuida nos primeiros meses de atividade da Fundação Oriente.
Assistiu e acompanhou espiritualmente a comunidade do Bairro, incentivou, músicas e cantares de origem portuguesa
Conhecedor profundo da língua crioula “papiá português” que dela fazia uso na pregação religiosa, sendo hoje lembrado com “saudadi” pela comunidade.
Depois do Padre Pintado regressar a Freixo na decada de 1980, onde veio a falecer, nunca mais outro padre católico foi colocado em Malaca.
Deste PASSADO presente lembrou Engº Nuno Krus Abecasis, mentor do “Acordo de Geminação entre as Cidades de Lisboa e Malaca”, assinado em 19 de Janeiro de 1984, enquanto no seu mandato de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Visionário da cooperação para o desenvolvimento, deixa previsto no texto do acordo
*estabelecer um programa de atividades a realizar em ambas as cidades
*aproveitar todas as oportunidades que se ofereçam para a realização de manifestações culturais e sociais que aprofundem as relações de amizade e cooperação
*desenvolver todo um programa de intercâmbios para a difusão recíproca da cultura do dois povos em programas de desenvolvimento municipal em ambas as cidades.
Sobre o PRESENTE
Foram invocados os objetivos da Associação Cultural Coração em Malaca – reconhecida ONGD (organização não governamental de apoio ao desenvolvimento)
Foram divulgados testemunhos vividos quer no Bairro Português de Malaca, quer em Portugal de ações e atividades, encontros, palestras, visitas, exposições e feiras, divulgando e promovendo o projeto POVOS CRUZADOS.
Testemunhos acompanhados com imagens e videogramas mostrando a calorosa amizade secular que ainda perdura entre os povos.
As visitas dos grandes líderes de dança do Bairro de Malaca a Portugal comoveram os presentes na certeza que a memória não se apaga como chama para a construção de futuros possíveis.
Sobre o FUTURO
*Valorizar o Bairro Português de Malaca, pondo em prática projetos e acordos de cooperação para o seu desenvolvimento e sustentabilidade.
*Reabilitar o Bairro Português de Malaca como museu vivo.
*Reabilitar um espaço LUSO como centro de recursos, exposições, espetáculos, encontros culturais como forma de alavancar outras culturas lusofonas.
*Reavivar o Acordo de Geminação entre as Cidades de Lisboa e Malaca.
*Criar a CASA DE MALACA em Lisboa, sendo o espaço que contribuirá para a necessária promoção da cidade de Malaca / Malásia.
Encerrou a conferência o Senhor Diretor do CNC – Dr. Lourenço de Almeida que duma forma enternecedora deixou a mensagem do que se poderá fazer por Malaca… questionando os presentes “o que cada um de nós poderá individualmente fazer pela causa”
Citando John F. Kennedy ( bonita frase s/ atitude)
” Não pergunte o que seu país pode fazer por voçê, pergunte-se o que voçê pode fazer por seu país”
Em nome da Korsang di Melaka, Luisa Timóteo agradeceu aos membros da Associação e a todos os associados, amigos, instituições, autarquias e parceiros que tornam possível a continuidade do projeto da Associação “Povos Cruzados” iniciado em 2009.
Mais disse que para lembrar a conferência, distribuimos hoje uma folha de papel, dando início ao nº 0 do boletim “Povos Cruzados” (oferta de impressão do associado Costa Publicidade em Torres Vedras), pode se consultado on-line AQUI