De formação inicial em Economia e Matemática, Nuno Crato tem uma longa carreira académica que vem do Instituto Superior de Economia, passa por várias Universidades dos Estados Unidos e volta a tê-lo em Lisboa, como Pró-Reitor da Universidade Técnica para a cultura científica. Foi Ministro da Educação e Ciência do XIX Governo Constitucional, entre 2011 e 2015.
Nascido em Lisboa, em março de 1952, Nuno Crato fez, no que é hoje o ISEG, a sua licenciatura em Economia, seguida por um mestrado em Métodos Matemáticos para Gestão de Empresas. Obteve depois, na Universidade de Delaware, nos EUA, o seu Doutoramento em Matemática Aplicada.
Foi Professor Assistente em ambas as Universidades, bem como no Stevens Institute of Technology e no New Jersey Institute of Technology, dos Estados Unidos. A partir do ano 2000 é Professor Catedrático no ISEG, seguindo-se um percurso de pertença a várias instituições especializadas na Matemática.
Foi, entre 2004 e 2010, o Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, a partir de 2007 também do Centro de Matemática Aplicada à Economia e Previsão Económica e, entre 2009 e 2011, da Assembleia Geral do Centro Internacional de Matemática. Tornou-se ainda, no ano 2000, o Presidente do International Symposium on Forecasting.
O seu interesse pela divulgação científica na Imprensa, exercido em diversos meios de comunicação, como o Expresso e alguns programas de televisão (o 4xCiência, o 2010 e o ABCiência, e ainda os 3 Minutos de Ciência da Rádio Europa), levou a que fosse reconhecido com o primeiro prémio do concurso Public Awareness of Mathematics da Sociedade Europeia de Matemática, em 2003, e com um European Science Award, ficando em segundo lugar na categoria de Science Communicator of the Year, da Comissão Europeia, em 2008.
Entre outras atividades profissionais, Nuno Crato foi Consultor, Diretor Técnico e Diretor da área de Formação Profissional da NORMA Açores, SA, Professor Convidado de Estatística na Escola de Enfermagem em Ponta Delgada, mais tarde Consultor do Banco Mundial, membro do Conselho Científico e Director para a área de Educação da Fundação Francisco Manuel dos Santos e, a partir de junho de 2010, Presidente Executivo da Taguspark.
Entre 2011 e 2015, foi chamado a ocupar o cargo de Ministro da Educação e Ciência do XIX Governo Constitucional, presidido por Pedro Passos Coelho, sendo um dos quatro ministros independentes neste Governo.
O seu pensamento sobre as áreas em que exerceu a tutela governamental ficou expresso, além dos actos e declarações públicas quando se encontrava em funções, por obras que publicou, como O Eduquês em Discurso Direto: Uma Crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista (Gradiva, 2006), tendo ainda coordenado Desastre no Ensino da Matemática: Como Recuperar o Tempo Perdido (SPM/Gradiva, 2006), organizado a colectânea Ser Professor, de textos de Rómulo de Carvalho (Gradiva, 2006), e coordenado também a conferência internacional Gulbenkian de Educação, em 2008, Matemática e Ensino: Questões e Soluções.
Numa entrevista dada ao Público em outubro de 1974 – ainda na qualidade de Ministro da Educação – e em referência ao maoísmo da sua juventude, disse Nuno Crato da sua própria evolução pessoal e política:
“Passei dos movimentos utópicos e, ao mesmo tempo, de ambições totalitárias, para um movimento democrático moderno. E acabei por me afastar por completo. Porque eu estava nesses movimentos políticos não por nenhum gosto especial em ser activista político, mas por um sentido de obrigação. Após a transição, 1977, mais ou menos, eu naturalmente percebi que não era um político, que não era uma pessoa que quisesse fazer da política a minha vida.”
Data e hora: 5 de maio de 2017, às 20h30
Local: Grémio Literário
Preço: 30€
Informações e inscrições: clube.portugues.imprensa@cnc.pt