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Novo Ano Novas Ideias

Novo Ano, Novas Ideias. O Centro
Nacional de Cultura divulga o programa para o próximo trimestre, com muitas
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 Novo Ano, Novas Ideias. O Centro
Nacional de Cultura divulga o programa para o próximo trimestre, com muitas
iniciativas, com novas ideias e com o espírito de sempre. Além dos passeios e
dos cursos livres, de importantes expedições culturais ao Porto e à Andaluzia,
de uma nova edição da Festa no Chiado, teremos a “Revista do Mês” no CiberChiado
na última semana de cada mês com uma tertúlia ao vivo a comentar os
acontecimentos do país e do mundo, Leituras de grandes autores portugueses,
exposições, um forum de debate na internet, e o novo “Café No Chiado”, na melhor
tradição do Chiado pitoresco e elegante. Ainda comemoraremos ao longo do ano os
quarenta anos da revista “O Tempo e o Modo”, fundada em Janeiro de 1963. As
ideias fervilham. Experimente que é diferente! E no mundo?
Estaremos nas vésperas de uma guerra? Não estaremos a assistir à mais profunda
crise do sistema instituído em 1945 pela Carta das Nações Unidas? Em que medida
será possível consagrar o primado do Direito Internacional como pedra angular de
um clima de Paz? O certo é que relativamente à situação iraquiana, estamos longe
da crise dos Balcãs, dos riscos humanitários do Kosovo ou da ameaça terrorista
do pós 11 de Setembro. O problema não é novo e tem de ser entendido em estreita
ligação com os graves acontecimentos no Médio Oriente. Eis porque, neste início
do ano 2003, o tema da Paz é muito incómodo. Há gente demais a brincar com o
fogo. A guerra numa região tão complexa com a do Iraque terá, por certo,
perigosos efeitos desestabilizadores e poderá ter como resultado reforçar
regimes repressivos e totalitários. Por isso, é indispensável um apelo ao bom
senso. Temos de voltar a ouvir João XXIII na encíclica “Pacem in Terris”
levantando a sua voz contra “a desordem que reina entre indivíduos e povos”.
Temos de condenar o terrorismo sob todas as formas. Temos de estar profundamente
preocupados com a ameaça de guerra e com a invocação das “guerras preventivas”.
Temos de compreender que a globalização não pode funcionar a partir do
fundamentalismo do mercado. Temos de rejeitar – como afirma o Manifesto “Pela
Paz” – “um eventual envolvimento de Portugal na preparação de acções militares
contra países terceiros, sem autorização prévia da Assembleia da República e sem
mandato expresso do Conselho de Segurança das Nações Unidas”. E temos de lançar
acções cívicas no sentido do respeito dos direitos humanos e de uma autêntica
“cultura da Paz”. A guerra que se prepara é inútil e perigosa!

 Guilherme
d`Oliveira Martins

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