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Manuel Baptista (1936-2023)

Manuel Baptista deixou-nos no passado sábado e dele herdamos uma obra muito rica, que marca o panorama artístico e cultural português na segunda metade do século XX. Manuel Baptista nasceu em Faro, em 1936. Formou-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi professor. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris e do Instituto de Alta Cultura em Ravena. Foi um dos artistas convidados pela secção portuguesa da AICA para participar na renovação da decoração do café A Brasileira, no Chiado em Lisboa.

Com Gastão Cruz, Fiama Hasse Pais Brandão, Casimiro de Brito, Luísa Neto Jorge e Maria Teresa Horta, foi um dos animadores de “Poesia 61”, devendo-se-lhe a criação artística e gráfica das publicações que então tiveram lugar. Pode dizer-se, aliás, que foi Manuel Baptista que construiu o rosto da iniciativa, revelando-nos uma imagem inovadora e original que ainda hoje constitui um atributo indelével de “Poesia 61” em estreita ligação com a marca literária dos seus autores.

Entre 1990 e 2003, dirigiu as galerias municipais Trem e Arco, em Faro. Foi premiado com o 1º Prémio de Pintura/Prémio Guerin de Artes Plásticas (1968), o Prémio Soquil (1970), o Prémio de Pintura IV Bienal de Cerveira (1984) e o Prémio BANIF de Pintura (1993). Expôs regularmente desde 1958. Em 2003, Manuel Baptista inaugurou a Artadentro em Faro com a exposição Desenho. Das suas mostras mais recentes, destaca-se a exposição Fora de Escala – Desenho e Escultura 1960-1970, no Museu da Eletricidade, Fundação EDP, Lisboa — considerada pela Sociedade Portuguesa de Autores como a melhor exposição nacional de 2011 — e, já em 2019, Sombras e Outras Cores, na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, numa parceria com a Fundação Carmona e Costa e curadoria de João Pinharanda, realizada em simultâneo com a mostra Zonas de Sombra, na Giefarte em Lisboa.

O Centro Nacional de Cultura homenageia o grande artista e homem de cultura e apresenta a sua família sentidas condolências.

GOM

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