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LANÇAMENTO DE LIVRO

No próximo dia 16 de Setembro pelas 17h30, terá lugar no CNC, o lançamento da obra “Cartas de Alberto Sampaio”, organizado por Emília Nóvoa Faria e António Martins e publicado pelas Edições Húmus.


Lançamento do livro
“Cartas de Alberto Sampaio”


No próximo dia 16 de Setembro pelas 17h30, terá lugar no CNC – Centro Nacional de Cultura, o lançamento da obra “Cartas de Alberto Sampaio”, organizado por Emília Nóvoa Faria e António Martins e publicado pelas Edições Húmus. A obra será apresentada pelo Presidente do CNC, Dr. Guilherme d´Oliveira Martins.


Centro Nacional de Cultura
Galeria Fernando Pessoa
Lg. do Picadeiro, nº 10 – 1º
(estação de Metro Baixa-Chiado)


Apresentação


Cartas de Alberto Sampaio
Correspondência – Volume II
Organização, introdução e notas: Emília Nóvoa Faria e António Martins
Editora Húmus, 2009


A edição em dois volumes da Correspondência de Alberto Sampaio – Cartas a Alberto Sampaio e Cartas de Alberto Sampaio – integrada no programa de comemorações do Centenário da Morte de Alberto Sampaio, com o Alto Patrocínio do Presidente da República, inclui um importante acervo documental constituído pelas cartas já publicadas até esta data e por uma vasta correspondência inédita proveniente do Arquivo Municipal de Alberto Sampaio e do Fundo Documental da Casa de Boamense, em Vila Nova de Famalicão, Biblioteca Nacional de Portugal, Museu Nacional de Arqueologia, Biblioteca Marciana de Veneza e arquivos privados das famílias de João Gomes de Abreu Lima e de Jaime de Magalhães Lima.


O volume I da Correspondência – Cartas a Alberto Sampaio, editado com a chancela da Editora Campo das Letras, reúne 216 cartas, escritas entre 1864 e 1908. Os seus subscritores representam um conjunto notável de personalidades do universo cultural português entre finais do século XIX e início do século XX, desde amigos dos tempos de Coimbra (José Falcão, irmãos Faria e Maia, António de Azevedo Castelo Branco, Alberto Teles, Pinto Osório) ou que pontificaram no círculo de Guimarães (Francisco Agra, Joaquim José de Meira) até aos que na época e nos mais diversos domínios, marcaram profundamente a intelligentsia nacional – filósofos, poetas e escritores (Antero de Quental, Camilo Castelo Branco, Jaime de Magalhães Lima), historiadores (Oliveira Martins, Gama Barros, Abade de Tagilde, João Gomes de Abreu de Lima), políticos (Luís de Magalhães, José Malheiro Reimão), arqueólogos e etnólogos (Martins Sarmento, José Leite de Vasconcelos, Rocha Peixoto, José Fortes, Ricardo Severo), enologistas (Abílio da Costa Torres e José Macedo Souto Maior), jornalistas (Bento Carqueja), filólogos e orientalistas (Guilherme de Vasconcelos Abreu e Aniceto dos Reis Gonçalves Viana).


O volume II da Correspondência – Cartas de Alberto Sampaio, edição da Editora Húmus, inclui 303 cartas, das quais 229 inéditas, dirigidas a 16 destinatários, na sua maioria referenciados como remetentes no volume I. No núcleo de personalidades do meio político e intelectual com quem Alberto Sampaio se correspondeu, sobressaem pelo volume de cartas, Luís de Magalhães e Jaime de Magalhães Lima. Encontramos ainda cartas dirigidas a Oliveira Martins e Vitória de Oliveira Martins, Rocha Peixoto, José Leite de Vasconcelos, Abade de Tagilde, Joaquim de Araújo, Francisco Martins Sarmento, Joaquim de Vasconcelos, Bento Carqueja, Pinto Osório, Guilherme de Vasconcelos, João Gomes de Abreu Lima e José Sampaio, além de uma minuta inédita endereçada a C. Boulanger. Os temas abordados nesta correspondência abrangem um vasto leque de matérias onde se abordam diversas áreas de investigação emergentes e acontecimentos da maior importância na vida política da época ou simplesmente se confidenciam notas íntimas e de natureza familiar, como ilustram as cartas que Alberto Sampaio endereça ao seu irmão José da Cunha Sampaio.


Exprime-se assim, na primeira pessoa, uma das personalidades mais originais do nosso universo intelectual oitocentista, num registo epistolar que complementa, como escreveu Guilherme de Oliveira Martins, a propósito das Cartas a Alberto Sampaio, “um retrato muito impressivo de uma geração […] das mais influentes na nossa história cultural”.


Alberto Sampaio | Nota biográfica


Alberto Sampaio nasceu em Guimarães, a 15 de Novembro de 1841. Em 1858 matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo concluído o bacharelato em 1863. Durante os cinco anos que passou na Lusa Atenas, onde conviveu com algumas das figuras mais notáveis da sua geração, entre as quais Antero de Quental, José Falcão, Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, António de Azevedo Castelo Branco e Alberto Teles, foi um activo participante das correntes de renovação que agitaram a sociedade estudantil coimbrã, intervindo como colaborador e redactor de várias publicações académicas. Recém diplomado, procurou iniciar uma carreira de advogado em Lisboa, tentativa que a inadaptação à vida cosmopolita da capital frustrou, trazendo-o de regresso ao Minho onde permaneceu, praticamente, durante o resto da sua vida, na Quinta de Boamense, propriedade dos seus pais, em Vila Nova de Famalicão. Em 1869, integrou a filial de Guimarães da Associação Arqueológica de Lisboa e, quatro anos mais tarde, o núcleo de fundadores da Companhia dos Banhos de Vizela. O seu nome está também ligado à fundação da Sociedade Martins Sarmento, a qual o distinguiu como sócio honorário em 1881. Considerado, no seu tempo, um profundo conhecedor do mundo rural, especialmente no domínio da vitivinicultura, área em que a excelência dos vinhos verdes produzidos em Boamense foram internacionalmente premiados, os seus serviços de aconselhamento foram, por esse motivo, frequentemente solicitados. De entre eles, destaca-se pela sua importância, a extensa colaboração que, a pedido de Oliveira Martins, prestou na elaboração do Projecto de Lei de Fomento Rural, o qual, embora nunca tenha sido votado, seria por este apresentado na Câmara dos Deputados, em Abril de 1887. Antes disso, já Alberto Sampaio tinha publicado, em 1884, o seu primeiro grande contributo para o conhecimento da economia rural do norte do país com O Presente e o Futuro da Viticultura no Minho e desempenhado, nesse mesmo ano, com assinalável brilho, as funções de director técnico da 1ª Exposição Industrial de Guimarães. No entanto, seria com As Vilas do Norte de Portugal e, mais tarde, As Póvoas Marítimas, duas obras-primas, das quais a última, sobre as origens da nossa aventura marítima, ficaria, infelizmente, inacabada, que Alberto Sampaio viria a revelar, em toda a plenitude, o seu excepcional talento para a investigação histórica, afirmando-se como pioneiro da história económica em Portugal. Quer estes, quer outros trabalhos igualmente notáveis da sua autoria, foram publicados nalgumas das revistas de maior prestígio literário e científico da época, tais como a Revista de Portugal, dirigida por Eça de Queirós, e a Portugália, editada por Ricardo Severo e Rocha Peixoto. Morreu em Boamense, a 1 de Dezembro de 1908. Em 1923, por iniciativa o seu grande amigo Luís de Magalhães, a Livraria Chardron publicou parte da sua obra sob o título Estudos Históricos e Económicos. 

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