Morreu esta terça-feira o pintor e artista plástico Julião Sarmento.
Tinha 72 anos e sofria de um cancro. Iniciou a carreira nos anos 70,
combinando vários suportes como a pintura, mas também com a fotografia,
com o desenho, com o vídeo ou som.
Nasceu em Lisboa, em 1948, e viveu e trabalhou no Estoril. Estudou pintura e arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa.
Foi
um artista interdisciplinar e ao longo da sua carreira, Sarmento
trabalhou numa vasta gama de meios: pintura, desenho, escultura,
fotografia, filme, vídeo, performance, som e instalação.
Desenvolveu
também vários projetos e realizou numerosas exposições individuais e
coletivas em todo o mundo ao longo das últimas cinco décadas.
Julião
Sarmento representou Portugal na 46ª Bienal de Veneza, em 1997. Foi
incluído na Documenta 7 (1982) e Documenta 8 (1987), na Bienal de Veneza
(1980 e 2001), e na Bienal de São Paulo em 2002.
No ano passado,
lançou o livro de fotografia “Café Bissau”, uma obra com 98 imagens, a
preto e branco e a cor, digitais e analógicas, captadas entre 1964 e
2017.
A sua obra está representada em muitas coleções públicas e privadas na América do Norte e do Sul, Europa e Japão.
“Se eu não fosse artista não sei o que é que seria. Morria de tédio,
seguramente”, confessou o artista à Renascença, em 2018, quando foi
convidado para o programa Ensaio Geral.
Durante
a entrevista, Sarmento admitiu sentir um grande fascínio pelo mistério e
pelo que era o seu desconhecimento. “Interessa-me muito saber as coisas
que não sei, algumas coisas que não sei e tentar descobrir coisas que
eu jamais pensei que iria descobrir”.
“Se as pessoas não têm
curiosidade pelas coisas, se não ficam fascinadas por aquilo que é
misterioso, o que é que resta?”, questionou, na altura, Julião Sarmento.
in Renascença | 4 de maio de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença