SUA MATERIALIZAÇÃO NA ESCOLA PORTUGUESA DE ARTE EQUESTRE
O Cavalo Lusitano e tudo aquilo que o rodeia, pensando logo no Picadeiro de Belém, hoje em dia Museu dos Coches, ou na Feira da Golegã por altura do São Martinho, é seguramente um Património único de Portugal em diversas vertentes e, como tal, urge realça-lo – em particular – numa instituição como o Centro Nacional de Cultura.
Raça de cavalos das mais antigas do Mundo, O Cavalo Lusitano, tal como hoje o conhecemos, Ibérico ou Peninsular em tempos mais antigos, sempre viveu e conviveu com os nossos antepassados. Considerado como “digno de Rei em Dia de Vitória”, distinguiu-se desde a Antiguidade, mesmo no Circo Máximo em Roma, passando pelos campos de batalha, às academias equestres do Renascimento e Barroco. O Lusitano é seguramente umas das poucas raças de cavalos que nunca deixou de ser utilizada e cuja funcionalidade e polivalência tem sido preservada desde tempos imemoriais, ao ponto de ser possível encontrar antepassados do mesmo há 15 000 anos.
O verdadeiro “renascimento” do Cavalo Lusitano, após a Revolução Industrial, a qual coincidiu com a crescente disseminação dos Cavalos Puro Sangue Árabe e Inglês, deu-se em finais do século XIX pelas mãos de criadores e estudiosos impares como Silvestre Bernardo de Lima, Ruy de Andrade e Manuel Tavares Veiga os quais desenvolveram – simultaneamente – não só a investigação aprofundada da raça como a sua materialização em cavalos não só melhores funcionalmente como mais próximos do “ideal” – diríamos – milenar da raça.
Não desvendado por agora muito do que seguramente se falará na próxima 4ª feira, mencionamos a figura impar e artística de Nuno Oliveira, considerado como o “cavaleiro do Século XX” o qual projectou além fronteiras o Cavalo Lusitano e com este toda uma Arte Equestre, a qual se acabou por materializar na Escola Portuguesa de Arte Equestre, e que é, em certo sentido, a guardiã de grande parte do nossa Cultura Equestre.