Os jantares-debate, com periodicidade mensal, decorrem na Sala da Biblioteca do Grémio Literário.
Maria Teodora Osório Pereira Cardoso nasceu em Estremoz, mas veio para Lisboa ainda criança. Tendo feito o ensino secundário no Liceu Filipa de Vilhena e, depois do 5º ano, no Pedro Nunes, a escolha pela Economia revelou-se naturalmente, por efeito do seu gosto pela independência e pelo rigor – que no terreno desta especialidade se traduz de modo especial na disciplina da matemática, outra das suas paixões de sempre.
A conjunção destes fatores explica uma carreira sólida, em que foi por diversas vezes a primeira mulher a exercer determinadas funções, sempre chamada e escolhida como a melhor solução indicada para os problemas que se apresentavam. O facto de ter investido no domínio da língua inglesa, frequentando o Instituto Britânico quando era ainda estudante no ISCEF, abriu-lhe um mundo novo na área da Literatura, mas as consequências profissionais vieram mais tarde, como contou numa entrevista ao Jornal de Negócios: depois do 25 de Abril, o facto de se ter tornado bilingue foi utilíssimo nas negociações internacionais, além de lhe ter dado um acesso profissional muito seguro a toda a mais recente literatura especializada no seu ramo. Como disse então: “Uma pessoa tem que fazer as suas escolhas. Eu sempre tive jeito para estudar, gostava de estudar.”
Logo depois da sua licenciatura em Economia, pelo então Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, teve o primeiro trabalho num centro de investigação da Fundação Calouste Gulbenkian, sobre a aplicação dos métodos quantitativos em Economia.
Entre 1970 e 1973 participou da elaboração e acompanhamento dos Planos de Fomento no Ministério das Obras Públicas, mantendo uma atividade docente no Instituto Superior de Economia, como Assistente de Teoria Económica, Estatística e Investigação Operacional.
A partir de março de 1973 inicia uma carreira sempre ascendente no Banco de Portugal, cuja descrição não caberia no espaço desta apresentação. Sublinhe-se a sua qualidade de economista do Departamento de Estatística e Estudos Económicos, onde assumiu funções de Coordenadora do Núcleo de Economia Monetária entre 1978 e 1983 e de Diretora do Departamento entre 1985 e 1990 além de Consultora da Administração entre 1984 e 1985, anos em que também chefiou o Grupo Técnico de Negociação dos acordos de estabilização com o Fundo Monetário Internacional.
Entre 1990 e 1992 representou o Banco de Portugal (na especialidade de Política Monetária) no Comité de Governadores da Comunidade Europeia, bem como na Conferência de representantes dos Ministros das Finanças encarregada de redigir a Proposta de Tratado da União Europeia (o Tratado de Maastricht). Entre junho de 2008 e fevereiro de 2012 foi membro do Conselho de Administração do Banco de Portugal. Presidiu também ao Conselho Diretivo da FLAD e é desde fevereiro de 2012, Presidente do Conselho Superior do Conselho das Finanças Publicas.
À questão, que certamente lhe terá sido posta muitas vezes, sobre a disponibilidade para um cargo político elevado, Teodora Cardoso tem respondido sempre que não, invocando decididamente, acima dos constrangimentos do compromisso partidário, a sua lealdade primeira à independência pessoal e profissional.
É esta personalidade que aceitou estar connosco no próximo jantar-debate promovido pelo Clube Português de Imprensa, em parceria com o Centro Nacional de Cultura, no Grémio Literário, no dia 23 de abril, sob o tema deste ciclo – “Portugal pós-Troika: que Moeda, que Economia, que Futuro?”.
Preço: 30€
Preço: 30€
Inscrições: 213466722 ou tferreiragomes@cnc.pt