E fica-nos a notícia do seu regresso sempre tão esperado.
Com mais de dez dias de atraso relativamente ao ano passado, eis que chegaram as flores dos jacarandás de Lisboa!
Primeiro quase passaram despercebidas, depois a chuva encarregou-se de levá-las a arrepender-se de aparecerem. Só este fim-de-semana depois do calor incerto e instável dos últimos dias é que em S. Mamede e no Rato, como habitualmente, tivemos as primeiras manifestações inequívocas do lilás dos jacarandás de Lisboa.
Prevê-se, porém, um ano pouco intenso na extraordinária floração desses verdadeiros anunciadores da estação quente do hemisfério norte. Mas não podemos esquecer a memória dos jacarandás, que no nosso Outono, não se esquecem de apresentar uma pequeníssima e ténue floração, para nos lembrarem os irmãos da América do Sul e a sua força anímica.
Os amigos dos jacarandás estabeleceram verdadeiras esperas desde a primeira semana de maio. Mas tudo foi infrutífero… Bem desejávamos que as flores aparecessem, mas o tempo instável não o permitia. António Barreto ia dizendo que estavam para aparecer as flores, mas elas só surgiram quando lhes apeteceu e a natureza o permitiu. E eles aí estão! Deambulando pela cidade todos poderemos encontrá-los. E dentro de dias a Avenida 5 de outubro e as principais alamedas apresentarão a cor mais soberba do ano.
Nós, os amigos dos jacarandás, estamos cientes de que a floração mais fantástica do mundo da língua portuguesa é sinal de cultura e entusiasmo!…
21 de maio de 2016
Guilherme d’Oliveira Martins
