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Inauguração da Biblioteca Ruy Belo

Queluz tem um novo espaço cultural: a Biblioteca Ruy Belo, localizada no Pendão, é a primeira biblioteca municipal da cidade.

Inauguração da Biblioteca Ruy Belo


Queluz tem um novo espaço cultural: a Biblioteca Ruy Belo, localizada no Pendão, é a primeira biblioteca municipal da cidade. Com 655m2, três pisos e capacidade para cerca de 100 pessoas, a nova biblioteca foi inaugurada no passado dia 27 de Agosto, numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara.


A Biblioteca Ruy Belo, pólo da Biblioteca Municipal de Sintra, integra a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas e está instalada numa casa do início do século XX, reconstruída de raiz e rodeada por uma área envolvente de jardins, que faziam parte da Quinta do Mirante.


À semelhança da Biblioteca de Sintra – Casa Mantero, também na Biblioteca Ruy Belo vão coexistir vários suportes de informação, tal como recomendam as mais recentes orientações do “Programa de Apoio às Bibliotecas Públicas” do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas. 
Também na Biblioteca Ruy Belo será feito o aproveitamento da zona verde envolvente, com um espaço reservado à “Animação do Livro e da Leitura” e uma área de leitura ao ar-livre. Além dos serviços normais de uma biblioteca, destacam-se os serviços de leitura especiais para deficientes visuais (núcleo de Braille), sector multimédia, bebéteca, espaço para exposições e organização de visitas guiadas.


Associar este novo espaço cultural ao nome do poeta Ruy Belo (1933-1978) foi uma forma de homenagear um dos mais marcantes poetas portugueses contemporâneos que, durante mais de 30 anos, viveu em Queluz Ocidental.


Horário: A Biblioteca estará aberta de terça a sexta-feira entre as 10h00 e as 18h00 e aos sábados das 14h00 às 19h00, encerrando ao público às segundas-feiras.



E  TUDO  ERA  POSSÍVEL 
 
Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido


Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido


E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer


Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo, Homem de Palavra[s]
Lisboa, Editorial Presença, 1999 (5ª ed.)



Ruy Belo nasceu em S. João da Ribeira, pequena aldeia do concelho de Rio Maior, em 1933. Foi aluno do liceu de Santarém e cursou Direito, primeiro na Universidade de Coimbra, depois na Universidade de Lisboa, onde se diplomou em 1956. De partida para Roma, doutorou-se em Direito Canónico na Universidade de S. Tomás de Aquino. Em Lisboa, viria a frequentar também a Faculdade de Letras, terminando em 1967 a licenciatura em Filologia Românica. Além de actividade no domínio editorial, Ruy Belo foi também professor. Leitor na Universidade de Madrid desde 1971, regressou ao país em 1977, vindo a falecer de modo súbito no ano seguinte.


Nome de destaque na poesia portuguesa contemporânea, exerceu igualmente intensa actividade de  ensaísta e crítico literário. Da sua obra poética fazem parte Aquele Grande Rio Eufrates (1961), Boca Bilingue (1966), Despeço-me da Terra da Alegria (1977).


A Obra Poética de Ruy Belo encontra-se reunida em dois volumes publicados pela Editorial Presença, com organização e comentários de Joaquim Manuel Magalhães. Os livros do poeta estão a ser reeditados pela mesma editora. Um volume único com toda a obra poética, significativamente intitulado Todos os Poemas, foi ainda recentemente dado à estampa pelo Círculo de Leitores (2000) e pela Assírio & Alvim (2001).

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