O Centro Nacional de Cultura lamenta profundamente a morte do poeta, crítico literário e ensaísta Fernando J. B. Martinho, a quem muito devemos na sua intervenção em prol da cultura da língua portuguesa de que fomos largamente beneficiários.
Licenciado em Filologia Germânica, doutorado em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professor do Departamento de Literaturas Românicas desta mesma Faculdade, além de leitor de Português nas Universidades de Bristol (Inglaterra) e da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA).
Enquanto crítico e ensaísta dedicou-se à poesia portuguesa contemporânea e às literaturas africanas de expressão portuguesa, tendo numerosa colaboração crítica e ensaística dispersa em publicações como Colóquio/Letras, Revista da Faculdade de Letras, Românica, África, Persona, Vértice, JL, Visão, Rassegna Iberistica, Indiana Journal of Hispanic Literatures, Loreto 13, Cadernos de Literatura, World Literature Today, Reasearch in African Literatures, Ler, A Cidade e em inúmeros colóquios, encontros e congressos. Participou em diversos volumes coletivos, como Luandino: José Luandino Vieira e a Sua Obra (1980) e Studies on Jorge de Sena (Santa Bárbara, 1981), e colaborou no Dicionário de Literatura (dirigido por Jacinto do Prado Coelho) e no Grande Dicionário de Literatura Portuguesa e de Teoria Literária (dirigido por João José Cochofel). Prefaciou obras de Adolfo Casais Monteiro, Francisco José Viegas, Urbano Tavares Rodrigues, José Craveirinha, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, Luandino Vieira, entre outros.
Como poeta, além de dois livros publicados, está representado em diversas Antologias de poesia portuguesa, designadamente, Antologia de Poesia Universitária (1964), Poesia Portuguesa do Pós-Guerra (1965), Hiroshima (1967), Poesia 70 (1970), Poesia 71 (1971), 800 Anos de Poesia Portuguesa (1973), Antologia da Poesia Portuguesa: 1940-1977 (1978), etc.
Foi dirigente da Associação Internacional dos Críticos Literários e teve participação muito ativa da Casa de Fernando Pessoa.
O CNC apresenta à família e amigos sentidas condolências e homenageia a memória do homem de cultura.