FALECEU CARLOS CÁCERES MONTEIRO
Carlos Cáceres Monteiro, 57 anos, era casado, quatro filhos, e desempenhava, actualmente, as funções de director editorial do grupo Edimpresa. Anteriormente foi director-fundador da Revista VISÃO e director-adjunto d’«O Jornal», do qual foi também um dos fundadores em 1975.
No início de carreira, trabalhou como repórter, em revistas como «Flama» e «Século Ilustrado», fez parte da redacção d’«A Capital» e foi editor de política nacional do «Diário de Notícias». Foi director do Jornal «Sete» e colaborou por diversas vezes noutras publicações, como a «Seara Nova» e «JL – Jornal de Letras». Trabalhou também como comentador político na rádio e televisão.
Trabalhou como Director-Geral da Comunicação Social, departamento que geriu, sendo responsável pelos programas culturais no Palácio Foz. Fez parte do MASP (Movimento de Apoio à Candidatura Presidencial de Mário Soares) nas campanhas eleitorais de 1986 e 1991. Deu aulas de jornalismo no Ensino Superior e Secundário. Colaborou no Projecto Piloto para o Ensino do Jornalismo em Portugal, em 1970.
Foi co-autor, em 1975, do livro «Por onde vai Portugal» e, no mesmo ano, autor de um outro: «Angola, país de Vida ou de Morte». Como autor, distiguem-se os seguintes livros: «O Mundo em AZERT» (1989) e «O Enviado Especial» (1991), dois álbuns de reportagens internacionais, editados pelo Círculo de Leitores, o segundo dos quais com fotos suas. A mesma editora publicou também um livro com as reportagens que fez numa das suas viagens à China, «China, contra-revolução tranquila», com fotos de Eduardo Gageiro. Lançou um outro volume intitulado «Amazónia Proibida», incluindo uma das reportagens que fez no Brasil onde tem viajado periodicamente. As reportagens na China receberam o «Prémio Gazeta 1985» do Clube de Jornalistas. Em 2002 publicou, em conjunto com Jacinto Rego de Almeida, o álbum de reportagens «Mistérios da Amazónia – Cadernos de uma Expedição nas Guianas e no Brasil» (Editorial Notícias). Publicou dois livros de ficção: «Fast Lane» («Heptágono», 1984) e «Apogeu e Queda de Bernardo Malaquias («Europa-América, 1989).
Viajante um pouco por todos os pontos do planeta, cobriu guerras no Golfo Pérsico e Angola, e diversos conflitos locais (El Salvador, Camboja, Rodésia, Irão, Chiapas, etc.), a situação na Europa de Leste, antes e depois da queda dos regimes comunistas, fez frequentes trabalhos no Extremo-Oriente, designadamente no Vietname. Dessas experiências deu conta, ainda recentemente, no livro «Hotel Babilónia», editado em Junho de 2004.
Carlos Cáceres Monteiro morreu cerca das 5 horas do dia 3 de Janeiro, no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, onde se encontrava hospitalizado há vários dias.
O Centro Nacional de Cultura presta-lhe aqui uma última homenagem.