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Eunice Muñoz (1928-2022)

Eunice é uma das maiores referências do teatro português do último século e de sempre. São antológicas as suas representações em momentos cruciais da sua carreira, como “O Homem que fazia chover”, “Fedra”, “Espada de Fogo”, “Hamlet”, “A Maluquinha de Arroios”, “Anúncio feito a Maria” (de Paul Claudel), “A Mãe” (com encenação de Alain Oulman e proibida pela censura), “Zerlina”, “Mãe Coragem”, “Noite de Reis”, “Miss Daisy”, O Duelo” (de Bernardo Santareno), “A Maçon” (de Lídia Jorge). Fica na memória a jovem Eunice no filme de Leitão de Barros “Camões” ou em “A Morgadinha dos Canaviais” (de Caetano Bonucci).

Pode dizer-se que a carreira da grande atriz, que se estreou com apenas 5 anos no teatro móvel de sua família e aos 13 anos no Teatro Nacional D. Maria II, constitui a participação no melhor do teatro português, enquanto primeira protagonista.

O Centro Nacional de Cultura homenageia sentidamente a memória de Eunice Muñoz, apresentando a família e amigos sentidas condolências.


Breve biografia

Considerada por muitos como a melhor atriz portuguesa de sempre, começou a encarar o público com apenas cinco anos, na pequena companhia teatral da sua família. Não muito depois, aos treze, inicia-se na Companhia Rey Colaço/ Robles Monteiro, com a peça “Vendaval”, de Virgínia Vitorino.

Termina o curso do Conservatório Nacional de Teatro com média final de 18 valores e, algum tempo depois, chega a interromper a profissão para trabalhar numa loja de cortiça.

Após o regresso, já em 1965, na Companhia Portuguesa de Comediantes, de Raul Solnado, torna-se a atriz dramática mais bem paga até então.

De entre as mais de 60 peças que interpretou, como exemplo, “Mãe Coragem e os Seus Filhos” de Bertholt Brecht, “As Criadas” de Jean Genet, “A Casa do Lago” de Ernest Thompson, ou “Miss Daisy” de Alfred Uhry. Nesta última, em 2006, atuou pela primeira vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras.

Teve inúmeras participações em televisão e cinema, foi condecorada pelo Presidente da República da altura, Mário Soares, e é, como ser humano, reconhecida por todos os que com ela colaboraram. Em 2006, foi apontada no livro 30 Mulheres+ (Ed. Edeline) como a mais talentosa mulher portuguesa.

Resumidamente, aqui temos a biografia de Eunice do Carmo Muñoz, nascida a 30 de julho de 1928, em Amareleja, que com os seus 81 anos continua em atividade, sempre a fascinar-nos com o seu talento, seja em novelas, teatro ou até cinema.


Em sua homenagem publicamos recordação de Teresa Bracinha Vieira:

Dos grandes

sempre amanhece na partida

fica-nos um andaime a tilintar

à nossa janela

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