EMBAIXADOR JOSÉ TOMÁS CALVET DE MAGALHÃES
José Calvet de Magalhães (1915-2004) faleceu na passada semana. Embaixador de carreira com brilhante currículo foi precursor da opção europeia de Portugal. Foi representante junto da OCDE, NATO e Comunidades Europeias e Santa Sé e Secretário-Geral do MNE. Incansável interrogador da cultura, o Embaixador José Tomás Calvet de Magalhães marcou o nosso tempo. As obras que nos deixa são exemplos de probidade e de competência. Sem excessos eruditos nem pretensões despropositadas, o que fez foi colocar a sua inteligência e o seu labor histórico, bem como a sua experiência diplomática, ao serviço de uma cultura portuguesa viva. E quando nos faltam tanto as obras no género biográfico, cultivado no mundo anglo-saxónico por cidadãos ilustres de formação e vocação tão diversas, é bom encontrar quem nos tenha dado obras tão interessantes (sobre Garrett, Eça e Antero), que permitem conhecer melhor a história da cultura portuguesa, a partir da vida de marcantes figuras que se destacaram pelo talento e pelo constante compromisso cívico. Calvet de Magalhães manteve-se, assim, fiel a si próprio – nunca satisfeito ou acomodado, sempre disponível para continuar os trabalhos de Hércules.