Apresentação do livro
Economia e Política das Pescas Portuguesas
Ciência, Direito e Diplomacia
nas Pescarias do Bacalhau
1945-1974
de Álvaro Garrido
dia 13 de Novembro, às 18h30
na Galeria Fernando Pessoa
Centro Nacional de Cultura
Apresentação pelo Professor Mário Ruivo (autor do Prefácio)
extrato do Prefácio
Este novo livro de Álvaro Garrido lê-se como uma viagem guiada em terreno pouco explorado, dada a natureza complexa do tema e os vários planos em que se desenvolve a acção. O estudo centra-se na política e economia das pescas portuguesas, com especial ênfase nas pescarias do bacalhau, entre 1945 e 1974, à luz das dinâmicas do conhecimento científico sobre os recursos marinhos e da acção das organizações internacionais de pesca
“O triângulo” da (sua) investigação – “Ciência, Direito e Diplomacia”, para usar palavras do autor, faculta-nos uma visão polifacetada das forças e tensões que envolveram a política de pescas do Estado Novo, desde os anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial até à Revolução de Abril. Curiosamente, a ascensão e queda da indústria do bacalhau em Portugal parecem ter acompanhado a ascensão e queda do regime. Das circunstâncias em que se deram esses desenvolvimentos nos dá conta este livro, num relato detalhado e sugestivo.
Trata-se de um magnífico trabalho que procura estudar, compreender e expor o papel desempenhado por Portugal no quadro da dinâmica internacional da gestão multilateral dos recursos marinhos no terceiro quartel do século XX.
Pela sua originalidade, esta obra oferece-nos um magnífico contributo para um melhor conhecimento das estruturas, das políticas económicas e da multiplicidade de interesses que prevaleceram em Portugal no sector das pescas, após a II Guerra Mundial.
É muito interessante a forma pluridisciplinar e o notável poder de síntese com que Álvaro Garrido aborda a problemática das pescas usando fontes inéditas; sobretudo, a forma como, com perspicácia, ferramenta fundamental do historiador, nos mostra como se passou do optimismo fundado na convicção do carácter inesgotável dos recursos, para uma fase de pessimismo e desânimo, quando se começaram a notar acentuadas quebras nas capturas, designadamente do bacalhau no Atlântico Noroeste.
J. M. Brandão de Brito
Professor Catedrático do ISEG