Diogo Lino Pimentel nasceu em Lisboa, em 1934, e recebeu o diploma de arquiteto em 1960 pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. No final do ano anterior rumou a Bolonha, onde estagiou durante um ano, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, no “Ufficio Nuove Chiese”, fundado pelo cardeal Lercaro, sob orientação dos arquitetos Giorgio Trebbi e Glauco Gresleri. Este estágio, que até recentemente era recordado por Diogo Lino Pimentel, ficou registado nas duas principais publicações que fazem a história do movimento bolonhês. De regresso a Portugal, em 1960, foi convidado a integrar o recém-criado SNIP – Secretariado das Novas Igrejas do Patriarcado de Lisboa, cuja direção técnica assumiu desde então. Nesse ano relatou a sua experiência na revista do Seminário dos Olivais, “Novellae Olivarum”, publicação onde escreveu também um dos últimos artigos sobre arte e arquitetura ali apresentados. Em 1966 fundou com Sebastião Formosinho Sanchez a firma Canon, no âmbito da qual foram projetadas algumas igrejas. A equipa foi também responsável pelas propostas classificadas em segundo lugar no concurso de anteprojetos para a Sé de Bragança (1964), em terceiro lugar no concurso para a Torre do Tombo (1982) e em segundo lugar para o remate do Palácio da Ajuda (1989). Foi também consultor da Câmara Municipal de Sintra, de 1976 até 2010, e membro do Conselho Consultivo do IPPAR. Começou a ligação ao Movimento de Renovação de Arte Religiosa (MRAR) como sócio estudante n.º(2)10. No entanto, o seu profundo interesse pelo Movimento levou-o a ser admitido como 15.º sócio efetivo a 9 novembro de 1956, num tempo em que os membros fundadores tinham ainda bastantes reservas relativamente ao alargamento do núcleo duro do MRAR. O envolvimento de Diogo Pimentel foi assim desde logo reconhecido, como atestou o ter sido convidado pouco tempo depois – janeiro de 1957 – a substituir João C. Rebelo no lugar de Tesoureiro da Direção. Foi um dos membros mais assíduos e ativos do Movimento, tendo-o representado por diversas vezes quer em Portugal quer no estrangeiro. Participou ativamente em inúmeras reuniões e encontros do MRAR, como orientador e como assistente, colaborou na organização de diversas exposições, proferiu conferências, esteve envolvido na criação do núcleo de Música Sacra. Foi naturalmente visto, portanto, como uma das vozes mais importantes do Movimento, e assim foi entrevistado em 1961 pelo diário “Novidades” na série dedicada ao tema “Rumos da Arte Sacra”. A 22 de janeiro de 1963 foi eleito secretário do MRAR, cargo que repetiu na Direção seguinte – a última -, eleita a 26 de outubro de 1966. A 6 de agosto de 1969 foi um dos assinantes da carta de suspensão do Movimento. Arquitetura religiosa 1962: Igreja do S. Coração de Jesus, Lisboa (concurso, com A. de Freitas Leal e Maria do Carmo Matos, não construída) 1963-65: Igreja da Lentisqueira, Mira 1964-65: Igreja do Seminário Dominicano do Olival, Aldeia Nova, Ourém 1964: Catedral de Bragança (concurso, 2º classif., com S. F. Sanchez, não const.) 1966-79: Igreja de Santo António, Santo António dos Cavaleiros (três versões) 1970-71: Igreja de Nossa Senhora da Purificação, Olival, Ourém (três versões) 1980-2001: Igreja de Santa Joana Princesa, Lisboa (cinco versões) 1981: Capela do Colégio de S. José, Lisboa 1984-85: Igreja de Nossa Senhora do Desterro, Angra do Heroísmo 1993: Igreja da Sagrada Família, Évora. |
Texto de Arquiteto João Alves da Cunha (texto publicado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura)