Quando morreu o seu admirado rei D. Pedro V, na flor da idade, o jovem monarca que tudo prometia, Bulhão Pato disse-nos que o Mestre chorou lágrimas verdadeiras.
No seu exílio de Vale de Lobos, em Santarém, tornou-se agricultor modelar, a ponto de o seu azeite ser um dos mais premiados internacionalmente.
O azeite Herculano era um néctar de uma pureza fantástica, conseguido com muito trabalho, investigação e com o conhecimento do que melhor se fazia na Europa.
Foi fundador da moderna historiografia portuguesa, por fidelidade às fontes autênticas.
Um dia, perguntaram-lhe por que razão havia Portugal. O velho sábio respondeu pausadamente. Se fizermos uma lista de razões para existir e para não existir, talvez sejam mais os motivos teóricos para não existir do que para existir…
Mas nestes debates, a teoria é menos importante do que a experiência e do que a prática. – O facto é que existimos, há muitos séculos. Razão? – Somos porque queremos. Seremos enquanto quisermos!
DIÁRIO DE AGOSTO
por Guilherme d’Oliveira Martins
22 de agosto de 2017