Conta-se que, ainda jovem, e numa zona pouco iluminada, foi assaltada, ou melhor, foi vítima de uma tentativa de assalto.
Convém explicar que, pela vida fora, Sophia revelou uma aversão completa, que tantas vezes se manifestava com pavor, a fantasmas e a elevadores. Na dúvida, preferia sempre as escadas e em casas desconhecidas certificava-se sempre se não estavam assombradas.
Um dia na PIDE descompôs um agente que pretendia levá-la de elevador para um andar superior do terrível antro… Mas voltemos ao episódio da tentativa do assalto…
Sempre aparentemente distraída, ia no seu passo apressado, quando o meliante lhe estendeu a mão à mala. Sophia não largou a carteira e deu um enorme grito, lancinante, que deixou o ladrão petrificado e Sophia acrescentou, alto e bom som: – Ah! Julgava que era um fantasma! Afinal, é apenas um ladrão!… E o larápio fugiu a sete pés apavorado…
DIÁRIO DE AGOSTO por Guilherme d’Oliveira Martins 11 de agosto de 2017 |