Reflexões

De 23 a 29 de Maio de 2005

Foi uma semana cheia de eventos na vida do CNC. Sessão da Gulbenkian, Ordem da Liberdade, Festa no Chiado, Cinemateca, invocação de D. Fernando de Almeida, escritores, poetas, pintores e os jovens concorrentes ao Prémio Revelação… Tanto por dizer…

REFLEXÃO DA SEMANA
De 23 a 29 de Maio de 2005


Foi uma semana cheia de eventos na vida do CNC. Sessão da Gulbenkian, Ordem da Liberdade, Festa no Chiado, Cinemateca, invocação de D. Fernando de Almeida, escritores, poetas, pintores e os jovens concorrentes ao Prémio Revelação… Tanto por dizer… E esta semana teremos a Exposição na Biblioteca Nacional – e continuaremos nas sessenta iniciativas que simbolicamente assinalam a actualidade de um projecto. Com grande alegria, recordamos, com vida e com muitas actividades, os tempos heróicos dos pais fundadores e a resistência das ideias de Sophia e Francisco Sousa Tavares, até à energia inesgotável da Helena. Em cada passo destas celebrações sentimos, aliás, a sua força e o seu alento. E nada disto seria possível sem uma fantástica equipa – sempre presente, sempre disponível. No domingo passado, quando eu acabava de chegar de Cracóvia, realizou-se, como não poderia deixar de ser, o piquenique da praxe no Caminho do Tejo, até porque o Centro nasceu numa peregrinação. Tudo a preceito: caminhantes, lancheiras, entusiasmo, convívio… E veio à lembrança José Tolentino Mendonça, que tinha estado connosco num inesquecível almoço de amizade (é bem melhor chamar-lhe assim, do que pomposamente “literário”): “Saíam da cidade em direcção ao mar/ para lugares que se pareciam/ a uma graça que buscavam:/ em barcos destruídos, enterrados na areia,/ vigiavam atentamente o silêncio das espécies/ acalmavam as palavras num jogo pueril/ com insustentáveis espaços antes e depois” (A Estrada Branca”, p. 24). Poesia e vida em contacto estreito, naturalmente, sem pretensiosismo. Em Cracóvia, cidade única (todas as cidades são únicas, mas há umas mais únicas do que outras) participei na reunião anual das Comissões Nacionais da Fundação Europeia de Cultura. Trocámos ideias e experiências e, como disse na semana passada, segue de vento em popa a nossa campanha 70 cêntimos para a Cultura. Há muitas ideias e novos projectos – nos campos da Educação, das línguas, da comunicação, do apoio a jovens artistas, do novo conceito de Património Cultural do Conselho da Europa… A Villa Decius, onde se realizou o encontro, começou a ser construída no século XVI, à semelhança das villas do Renascimento italiano, por Justus Decius, um humanista alemão, amigo de Erasmo, que veio até à corte do rei da Polónia. Foi um deleite para o espírito e para os sentidos. A Fundação da Villa Decius é dirigida por um grande amigo nosso (membro do nosso Conselho), o inesquecível Jacek Wosniakowski. Apesar da idade, fez questão de vir almoçar comigo, o que muito me sensibilizou, em homenagem à nossa antiga amizade e em recordação de Helena, de quem quis falar longamente, com muita saudade. Que força tem a amizade… Os dias foram gloriosos. As árvores centenárias do parque estavam esplendorosas.

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