Reflexões

De 1 a 7 de Setembro de 2003

Vivemos o tempo em que tudo recomeça. O equinócio do Outono apela a novas ideias e a novas iniciativas. O Centro Nacional de Cultura terá no próximo trimestre um programa recheado de boas iniciativas – a começar no novo portal E-Cultura, lugar de informações sobre iniciativas culturais e cívicas e oportunidade para o funcionamento de um Fórum para a qualidade das nossas cidades, para que os cidadãos se tornem factores activos de aperfeiçoamento e de qualidade de vida…

Vivemos o tempo em que tudo recomeça. O equinócio do Outono apela a novas ideias e a novas iniciativas. O Centro Nacional de Cultura terá no próximo trimestre um programa recheado de boas iniciativas – a começar no novo portal E-Cultura, lugar de informações sobre iniciativas culturais e cívicas e oportunidade para o funcionamento de um Fórum para a qualidade das nossas cidades, para que os cidadãos se tornem factores activos de aperfeiçoamento e de qualidade de vida. Contra a lógica da propaganda que não soluciona os problemas das pessoas, mas que tende a criar a ilusão de que precisamos de “alguém” para os resolver, temos de saber contrapor um outro método – o da solidariedade cívica, o do sentido crítico, o da entre-ajuda democrática. A recuperação do prestígio da vida política e cívica exige que as pessoas e os cidadãos participem mais, não esgotando a acção no “participar”, como se fosse esse o fim, mas ligando iniciativas, enriquecendo-as, alargando-as. A Festa do Chiado de Outubro vai dar que falar. Teremos novos participantes e haverá mais dias para usufruir de um tempo em que a cidade estará mais viva. O núcleo do Porto avançará. Passeios, debates, viagens, exposições – haverá de tudo nos próximos três meses de intensa actividade. A poesia e a literatura estarão presentes. Ainda em Setembro, lançaremos o guia do Japão, da série “O Futuro do Passado”, e teremos um grande colóquio sobre a obra poética de António Osório. Em Dezembro lançaremos a “Fotobiografia” de Helena Vaz da Silva e a antologia de “O Tempo e o Modo”, nos quarenta anos da criação da revista e realizaremos da Fundação Gulbenkian o Colóquio Internacional sobre o tema. As actividades orientadas para os jovens cidadãos e para os professores, designadamente com os clubes europeus e sobre a dimensão europeia na Educação irão sofrer um importante impulso. O alargamento europeu e as novas perspectivas lançadas pela nova Constituição obrigam a uma acção permanente de informação e de mobilização de todos. Se precisamos de mais e melhor Europa, a verdade é que tal só será possível se partirmos da nossa cultura e se respeitarmos a diversidade cultural. O Centro tem, assim, consciência de que é chamado a especiais responsabilidades, enquanto motivador, mobilizador e catalisador de iniciativas – e promotor activo de iniciativas no âmbito da cultura portuguesa, da formação de uma consciência cívica europeia e da paz. Procuramos continuar fiéis ao espírito antigo do Centro e ao entusiasmo e empenhamento de Helena Vaz da Silva, que sempre nos ensinou a nunca deixar uma nova ideia por executar, a nunca perder de vista o horizonte das coisas que valem a pena, a nunca largar o espírito irrequieto da aventura e da descoberta, para entendermos o mundo complexo e percebermos os pilares da sabedoria do conhecimento, da compreensão e da liberdade.

Guilherme d`Oliveira Martins

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