Sinopse:
Tendo desempenhado múltiplas atividades no âmbito da política cultural, o autor convida à reflexão sobre questões pertinentes desta relação. Às diferentes dimensões analisadas não é alheia a sua formação em Sociologia e História, o que resulta num ensaio polissémico, por vezes algo controverso e provocador.
Sem receios do «politicamente incorreto», Fernando Pereira Marques persegue o seu objetivo de alertar as nossas consciências para a necessidade de inverter as conceções de desenvolvimento e sociedade, moldadas pelo curto prazo e uma visão instrumental do Homem e mercantilista da vida.
Numa obra de grande valor pedagógico, percorre as origens da cultura, a relação com a política, a politização em regime democrático, a crise da cultura e o repensar das políticas, a relação com as novas tecnologias da informação e da comunicação, o império da imagem e a religião televisiva, o fracasso da democratização cultural, a necessidade de resistência à desumanização da cultura, que destrói os fundamentos do paradigma cultural ocidental, o impacto das novas tecnologias na memória coletiva, a mercantilização da cultura, a ilusão multicultural em que vivemos e a importância da cultura para o desenvolvimento.
Excerto do Prefácio (de Guilherme d’Oliveira Martins)
«Cultura e Política(s) é um conjunto de reflexões que obrigam a uma leitura atenta e interessada. Trata-se de um ensaio em que o diálogo entre cultura e política está presente não como um exercício de política setorial, mas como uma análise sobre a democracia e sobre a exigência de ver a reforma das instituições enquanto corolário da cidadania e do respeito e salvaguarda dos direitos fundamentais e da dignidade humana. O leitor segue, assim, nesta obra um percurso coerente que começa nas considerações académicas sobre a noção de cultura e continua nas relações entre a política e a cultura, na crise da cultura e no repensamento das políticas públicas, na religião televisiva e na luxúria comunicacional, no fracasso da democratização cultural, na resistência à desumanização cultural, nos elos entre a memória coletiva e as novas tecnologias, no triângulo livro, língua e silêncio, no pensar do relativismo cultural e da ilusão multicultural e na valorização da cultura como fator de desenvolvimento.
Fernando Pereira Marques articula permanentemente a sua veia pedagógica e a força crítica, como alguém que não baixa os braços perante a necessidade de contribuir para a construção da República moderna, como cidade de pessoas livres e iguais.»
O autor:
Fernando (Alberto) Pereira Marques nasceu em Coruche, a 16 de Abril de 1948.
É doutor de Estado em Sociologia pela Universidade de Amiens (França), professor na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.
Entre outros cargos, foi dirigente nacional do Partido Socialista, deputado à Assembleia da República, presidente da Subcomissão de Cultura e membro da delegação portuguesa à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
É autor de vários livros nas áreas do ensaísmo e da investigação, colaborador em publicações periódicas e diretor-adjunto da revista Finisterra.
Algumas obras do autor:
De que Falamos quando Falamos de Cultura?, 1995;
A Praia sob a Calçada – Maio de 68 e a «Geração de 60», 2005;
Esboço de um Programa para os Trabalhos das Novas Gerações, 2007;
Sobre as Causas do Atraso Nacional, 2010.
A Praia sob a Calçada – Maio de 68 e a «Geração de 60», 2005;
Esboço de um Programa para os Trabalhos das Novas Gerações, 2007;
Sobre as Causas do Atraso Nacional, 2010.