Baudelaire morreu há 150 anos. Cada época tem o seu Baudelaire.Veja-se, por exemplo,o Baudelaire de Carlos Fradique Mendes, tal como foi apresentado em 1870, uns escassos três anos após a morte do poeta, na obra O Mistério da Estrada de Sintra, de Eça de Queirós.
A França do II Império e de Napoleão III alimentou várias obras de Eça de Queirós como “Os Maias”, “A Tragédia da Rua das Flores”, “O Conde de Abranhos” e “O Crime do Padre Amaro”, entre outros.
Os jornais proliferavam e estavam criadas as bases sólidas de uma indústria do divertimento: acima de tudo, era preciso entreter um público de leitores ávidos de novidades, uma população cada vez mais numerosa em Paris, cuja população era estimada num milhão e seiscentos mil habitantes à época do redesenhar da cidade feito pelo barão Haussmann. Os salões de artes, de pintura e de escultura eram periodicamente organizados em espaços nobres como o do Museu do Louvre e os jornais davam muito destaque às obras e aos artistas.
Onde é que o jovem Baudelaire havia de começar a lançar-se? Na imprensa, claro, escrevendo crítica de arte, fazendo crítica aos salões de arte, tal como Alfred de Musset e Théophile Gautier. E, muito antes de se consagrar como escritor, onde se lançou o jovem Eça de Queirós? Nos jornais.
Esta conferência surge no seguimento das duas já proferidas no último trimestre de 2017, tendo, no entanto, interesse também para aqueles que a elas não puderam assistir.
Data e hora: 17 de janeiro de 2018 [4ª feira], às 18h30, no CNC
Entrada livre