A edição é da Building Ideas, e chega às livrarias no início de dezembro, com um valor de venda ao público de 63 euros, sendo que os sócios do Centro Nacional de Cultura podem usufruir de um desconto de 20% (com entrega no Centro Nacional de Cultura). As encomendas podem ser dirigidas a gloria.ribeiro@building-ideas.pt.
O Cinema Tivoli, tão importante no panorama sócio-cultural de Lisboa, foi a 1.ª e mais constante elegante sala de Lisboa feita propositadamente para o cinema, procurando exibir espetáculos de grande qualidade artística. Se o cinema, desde a sua criação em 1924, ainda como cinema mudo – acompanhado de orquestra de cordas, foi o que mais habitualmente terá sido esta sala polivalente, a música, o teatro e a dança que aí também se apresentaram trouxeram a Lisboa grandes referências internacionais. A lista no campo da música é extensíssima e abarca nomes notabilíssimos como Stravinsky, os grandes violinistas Szigeti, Heifetz, Menuhin, Oistrak e pianistas como Rubinstein ou Richter, sem esquecer grandes orquestras e famosos maestros (Bohm, Von Karajan, só para citar dois deles). O teatro – desde a iniciativa vanguardista do “Teatro Novo” de António Ferro, mas também trazendo as melhores companhias francesas e inglesas e outras, e a dança com Alicia Markova e muitos mais – não ficaram atrás.
Fundado pela família Lima Mayer com um espírito não alheio a um certo cosmopolitismo elegante e europeu, o Tivoli, simbolizado por um bouquet de 4 rosas, ofereceu “rosas” a uma Lisboa que se vestia de gala para o frequentar. Foi um agente cultural de peso, formando gerações (basta relembrar os concertos da Juventude Musical Portuguesa ou as chamadas “Terças Feiras Clássicas”), colaborou ativamente com a Sociedade de Concertos de Lisboa com Pedro de Freitas Branco e a Marquesa de Cadaval, aí se organizaram, antes da inauguração da sua sede, perto de 100 concertos da então recentemente criada orquestra e coro Gulbenkian. Viu nascer o Concurso Internacional Vianna da Motta…
É tal a rica história do Tivoli, que se pode dizer ter sido um verdadeiro “centro cultural”; mas também um local onde se ia para conviver.
São muitas as memórias que o Tivoli desperta, e é a alma desse lugar que este livro pretende convocar e devolver à cidade (coordenação de Duarte de Lima Mayer e João Monteiro Rodrigues). Felizmente, hoje temos o Tivoli novamente a brilhar na Avenida, centrado agora mais na atividade teatral.
Com um espólio amplo de imagens não publicadas, testemunhos variados e textos de fundo de vários autores reconhecidos nas respetivas áreas (desde o cinema, à música, passando pelo teatro e pela dança, sem esquecer a peça magnífica de arquitetura que o próprio edifício representa, da autoria de Raul Lino e a inserção do mesmo no espírito da Avenida), o livro é uma edição de luxo, capa dura, com 300 páginas.