Caminhos de Fátima

Os Caminhos de Fátima, identificados e desenvolvidos pelo Centro Nacional de Cultura desde 1996, têm por finalidade criar condições seguras e aprazíveis para os peregrinos que a pé se dirigem ao Santuário de Fátima, evitando as estradas de grande tráfego automóvel, em favor de caminhos de terra e de pequenas estradas rurais com pouca circulação.

Pelo facto de a peregrinação a Fátima remontar à data das aparições (1917), os percursos mais utilizados pelos peregrinos são as estradas principais que, nessa época, tinham pouca frequência automóvel, mas vieram a tornar-se vias de intensa circulação. De um modo geral, estas vias rápidas são mais curtas, mas também mais perigosas e menos aptas a um ambiente de peregrinação.

Os Caminhos procuram contribuir para uma verdadeira “espiritualidade”, em ligação com a natureza e as vivências religiosas e culturais locais. Configuram-se como uma rede de itinerários religiosos e culturais no território, podendo articular-se com outros itinerários de âmbito nacional e internacional (Caminhos de Santiago, Rotas Marianas).

Implementados em parceria com múltiplas instituições e organismos (autarquias, associações, organismos públicos) e entidades diversas (civis e religiosas; nacionais e internacionais), fomentam a participação local e uma gestão de proximidade. Existe permanente articulação com o Santuário de Fátima desde o lançamento do projeto.

Atualmente, os Caminhos existentes são já utilizados por muitos peregrinos, maioritariamente nacionais, mas também estrangeiros. A dimensão espiritual e religiosa é predominante, mas também têm outras valências. São igualmente utilizados por diversos públicos, com interesses e destinos específicos, sobretudo em troços que se revestem de grande interesse cultural e paisagístico para caminhadas locais.

Breve apresentação dos Caminhos de Fátima

O Caminho do Tejo inscreve-se no espaço geocultural marcado pelo rio Tejo e pelo complexo sistema natural, social e cultural associado a esta grande via fluvial que atravessa Portugal. Ao longo de 6 jornadas (150 km), parte de Lisboa e avança pela paisagem serena das planícies da Lezíria. Prossegue pelos planaltos, serras e vales do maciço calcário estremenho das Serras de Aire e Candeeiros, o ancestral e caraterístico território de transição entre o sistema fluvial do Tejo e o litoral atlântico. É um verdadeiro itinerário cultural e espiritual, de conhecimento, encontro, experiências, vivências e partilha.

O Caminho da Nazaré inscreve-se no território que se estende desde o litoral atlântico até ao interior montanhoso. Une dois importantes santuários marianos: o histórico Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, implantado num promontório ou finisterra sobre o mar e cuja origem remonta a épocas recuadas, e o notável Santuário de Fátima que se construiu a partir do século XX na Cova da Iria, no local das aparições de 1917. A paisagem é diversificada e a natureza é marcante, num cenário onde emergem povoados rurais e aglomerados urbanos de pequena dimensão. Tem a duração de 3 jornadas (54 km).

O Caminho do Norte tem início em Valença e inscreve-se no território do Norte e Centro de Portugal. Ao longo de 17 jornadas (364 km) e com um cenário de grande beleza e diversidade, convida a desfrutar da paisagem natural e urbana, sempre com a presença de rios e serras que desenham um território ancestral, onde emergem pequenas aldeias, vilas e cidades. Grande parte do Caminho do Norte coincide com o Caminho Português de Santiago.

O Caminho do Médio Tejo é constituído por três rotas que partem de Tomar (31 km), Sertã (98 km) e Abrantes (91km), respetivamente. Desenvolve-se em território moldado pelo sistema hídrico do Rio Tejo e pelo conjunto de serranias, encostas e vales da sua margem norte, onde correm rios e ribeiros que irrigam as terras e alimentam o caudal do grande rio. Aqui o Património Histórico convive com a criação cultural e artística contemporâneas e as vivências culturais e sociais desta região são marcadas por festas e tradições e pela rica e genuína gastronomia. Resulta de uma parceria entre o CNC e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, entidade gestora destes percursos.

O Caminho dos Candeeiros tem início em Rio Maior e a duração de 3 jornadas, num total de 63 km. Inscreve-se numa região que integra o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. O percurso coincide com antigos caminhos rurais que ligam povoados ancestrais, implantados nas encostas, planaltos e vales deste espaço geocultural do Maciço Calcário Estremenho. O Património cultural é preservado por comunidades acolhedoras que perpetuam ricas tradições, onde se inscrevem as cores e os sabores de uma variada gastronomia. Resulta de uma parceria entre o CNC e a Câmara Municipal de Rio Maior, entidade gestora deste percurso.

Foram ainda aprovados Caminhos com o mesmo perfil, identificados e geridos por parceiros do Centro Nacional de Cultura, nomeadamente a Rota Carmelita (Coimbra > Fátima) e o Caminho do Centenário (Vila Nova de Gaia > Fátima), iniciativa da ACF – Associação Caminhos de Fátima. Mais informações sobre estes dois itinerários aqui.

Toda a informação sobre os Caminhos de Fátima, roteiros e cartografia dos percursos para consulta e/ou download, disponíveis no website caminhosdefatima.org e na App Caminhos de Fátima® (gratuita, nas lojas Google Play e App Store).

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