O tempo voa e com ele partem muitos dos nossos amigos. Para nos falar de temas que estudou a fundo, como as políticas sociais e o combate da pobreza, Alfredo tornou-se uma presença habitual no CNC de há muito até hoje. Era uma personalidade forte, um militante social ativo, que não podia deixar indiferente que o ouvia e estudava.
Longe dos lugares comuns Bruto da Costa destacou-se por precisar o conceito de pobreza e por caracterizar as políticas públicas necessárias para combater esse fenómeno complexo e terrível. Graças ao seu rigor e persistência, muitos aprendemos muito com o que nos foi ensinando – com uma grande generosidade, através da qual partilhava o que sabia.
As suas raízes indo-portuguesas com origem em Salcete, Margão (Goa), sendo filho de um dos líderes do grupo autonomista conhecido como «Círculo de Margão», foram uma das suas marcas indeléveis. E lembrámos essas origens, quando há dois anos visitámos de novo Goa e, em especial, Salcete – e nos encontrámos com amigos e testemunhas de um compromisso antigo pelo diálogo fecundo entre o Oriente e o Ocidente, sob a invocação da língua portuguesa. Lembramo-nos do exemplo de Alfredo Bruto da Costa, como intérprete atuante e com sentido de futuro dos ensinamentos sociais do Concílio Vaticano II.
Apresentamos a expressão mais viva dos nossos sentimentos a sua família e homenageamos a sua memória.
(GOM)