por Guilherme d’Oliveira Martins
«Aos deuses supúnhamos uma existência cintilante / Consubstancial ao mar à nuvem ao arvoredo à luz» – disse-nos Sophia em «Dual». É esta a viagem que agora se inicia até à Grande Grécia, onde permanece o espírito antigo dos companheiros de Ulisses, nossos antepassados mediterrânicos. Por aqui vagueou o herói de Troia, resistindo a todas as sereias, em busca de Ítaca, onde Argus o esperava e Penélope lhe preparava o aconchego do ethos. Siracusa é a cidade ancestral, fundada por Corínto. Sente-se a encruzilhada entre Roma e Cartago, como hoje ainda o Mediterrâneo é lugar de esperança e desespero. Neste Mar Médio floresceram mil civilizações, mil comércios, mil povos e mil línguas. A «sicilianidade» é um cadinho inesperado de histórias múltiplas. Aqui terminou a Guerra do Peloponeso com a vitória improvável de Esparta, mas foi também aqui que o espírito dos gregos se eternizou. Mais do que referência arqueológica, a Magna Grécia é a continuidade daqueles com quem Paulo de Tarso se encontrou em tempos imemoriais. As artes, a escrita, o pensamento, a memória – tudo aqui se sente, como se o património genético se nos apresentasse razoavelmente fiel à ancestralidade. Os fenícios encontraram-se com os normandos, genoveses com venezianos, malteses com cipriotas, egípcios, assírios, persas, judeus, árabes, cruzados e otomanos… E o Reino da Sicília existiu entre 1130 e 1816. A influência de Bizâncio deu lugar ao reino normando da Calábria, depois o Sacro Império Romano Germânico consagrou a influência dos Hohenstaufen (1185-1266), cujo conflito com o Papado daria lugar ao domínio da Casa de Anjou, num tempo em que mais se falava de Reino de Nápoles. Mas esse episódio foi sol de pouca dura, uma vez que o Rei de Aragão, o nosso bem conhecido Pedro III, pai da Rainha Santa, tornar-se-ia o iniciador do tempo do predomínio ibérico – de Aragão até 1516, até 1707 de Espanha. O Sacro Império aqui voltou de 1707 a 1734, vindo depois o futuro Carlos III de Espanha, que abdicou em 1759, quando sucedeu a Fernando VI como Rei de Espanha. Foi Fernando I, filho de Carlos III (1751-1825), que criaria formalmente o Reino das Duas Sicílias (1816-1861), depois de uma atribulada interrupção franco-napoleónica. O Reino das Duas Sicílias terminaria no momento dramático protagonizado pelo Príncipe Salina, relatado de forma sublime no romance de Lampedusa «O Leopardo». E recordamos esses momentos de reencontro com as raízes e de reconhecimento de que algo tinha de mudar para que tudo ficasse na mesma. Andando para trás, compreendemos talvez melhor a «Viagem a Itália» de Goethe… Hoje, os fantasmas antigos, entre leis secretas e inconfessáveis, aí estão, talvez escondidos. Descobri-los-emos?
PROGRAMA
Sábado, 20 Junho
Lisboa –Palermo
06h50 Partida com destino a Palermo e escala em Roma
14h40 chegada a Palermo, transfer e almoço ligeiro no restaurante Focacceria Basile
Visita a pé no centro histórico, incluindo Quattro Canti, piazza Pretoria, piazza Bellini, La Martorana e Igreja de San Cataldo
19h00 Check in no Grand Hotel et des Palmes**** (www.grandhotel-et-des-palmes.com)
Jantar no restaurante Il Leone
Alojamento no Hotel
Domingo 21 de Junho
Palermo – Bagheria – Palermo
08h30 A pé: pallazzo dei Normandi, Catedral, palazzo Valguarnera-Gangi, Igreja de Jesus
13h00 Almoço no restaurante Da Bacco
Galeria Regional da Sicilia (palácio Abatellis)
Partida em autocarro em direcção a Bagheria
Visitas em Bagheria, incluindo a Villa Palagonia e Templo de Solunto
19h30 Jantar no Restaurante Donna Luisa
Regresso a Palermo e alojamento no Hotel ****
Segunda-feira 22 de junho
Palermo – Monreale – Segesta – Selinunte
08h00 Check out e partida do autocarro em direcção a Monreale
Visitas em Monreale incluindo o centro histórico e a catedral
12h00 Partida em direcção a Segesta
13h00 Almoço no restaurante Le Gole
14h30 Visita ao Templo de Segesta
17h00 partida em direcção a Selinunte
19h30 Check-in, jantar e alojamento no Hotel Admeto**** (www.hoteladmeto.it)
Terça-feira 23 de junho
Selinunte – Agrigento
09h00 check out e visitas ao parque arqueológico de Selinunte
Partida em direcção a Agrigento (95km / 1h30)
12h00 check in e almoço no Hotel****
14h30 Visita ao Museu Arqueológico Regional, em Agrigento
17h00 Visita ao Vale dos Templos
20h30 jantar no restaurante Naif
Alojamento no Villa Romana **** (www.hotelvillaromana.com)
Quarta-feira 24 de junho
Agrigento – Noto – Siracusa
09h00 Visitas no centro histórico de Agrigento, incluindo a Igreja do Espírito Santo, Túmulo de Théron Igreja de San Biagio
12h00 Almoço e check out do hotel
13h30 partida em direcção a Noto
15h30 visitas em Noto
18h00 partida em direcção a Siracusa
20h30 Check in, jantar e alojamento no Grand Albergo Alfeo **** (www.alfeo.it)
Quinta-feira 25 de junho
Siracusa
09h00 Visitas no centro histórico de Siracusa incluindo a piazza Arquimede, a piazza del Duomo (Catedral), Igreja Santa Lucia alla Badia, fonte Aretusa
12h30 Almoço no restaurante Portogrande
Visita ao Museu arqueológico Paolo Orsi e ao parque arqueológico de Siracusa
19h00 espectáculo Medea (Séneca) inserido no 51º Festival de Teatro Grego de Siracusa
21h00 jantar no restaurante Oinos
Alojamento no Hotel
Sexta-feira 26 de junho
Siracusa – Taormina
09h00 check out e partida em direcção a Taormina
10h00 check in no Hotel Hotel Ata Naxos Beach Hotel **** http://www.atahotels.it/en/naxos
Visitas em Taormina, incluindo o Teatro
13h00 Almoço em Taormina
Tarde livre
Jantar e alojamento no Hotel
Sábado 27 de junho
Taormina – Paestrum
08h00 check out e partida em direcção a Paestrum
09h00 ferry boat em Messina
12h30 Almoço em Cosenza, no restaurante Al Girone dei Golosi
14h00 partida em direcção a Paestrum
16h30 visitas em Paestrum
19h30 Check in, jantar e alojamento no Grand Hotel Tenuta Lupo***** (www.grandhotelpaestum.it)
Domingo 28 de junho
Paestrum – Pompeia – Roma – Lisboa
08h00 check out e partida em direcção a Pompeia
09h00 visitas em Pompeia
12h30 almoço no restaurante Addu Mimi
14h30 partida para o aeroporto de Roma para regresso a Lisboa em voo às 19h30
21h35 chegada a Lisboa e fim da viagem
TRAJECTO NO MAPA DE SIRACUSA ATÉ NÁPOLES
organização: 2015