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TRÊS NOVAS PUBLICAÇÕES

Três novas publicações – No passado dia 31 de Maio, foram apresentadas por João Bénard da Costa no CNC

TRÊS NOVAS PUBLICAÇÕES APRESENTADAS POR JOÃO BÉNARD DA COSTA
NO DIA 31 DE MAIO NO CNC



No próximo dia 31 de Maio pelas 18h00 terá lugar na Galeria Fernando Pessoa do Centro Nacional de Cultura o lançamento do livro ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA – TEMPO AFECTUOSO: HOMENAGEM AO ESCRITOR E AMIGO DE TODOS NÓS, publicado pela editorial Presença com a colaboração do CNC. Nesta ocasião, João Bénard da Costa fará uma apresentação das revistas O TEMPO E O MODO – 1ª série, lançada em DVD-ROM pelo Centro Nacional de Cultura com o apoio Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Mário Soares, do Seminário Livre de História das Ideias da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Biblioteca Nacional, e da revista RAIZ E UTOPIA, cuja antologia foi recentemente editada pelo Centro Nacional de Cultura com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.



TEMPO AFECTUOSO: HOMENAGEM AO ESCRITOR E AMIGO DE TODOS NÓS



António Alçada Baptista fez 80 anos dia 29 de Janeiro e o Centro Nacional de Cultura ofereceu-lhe o livro “António Alçada Baptista Tempo Afectuoso – Homenagem ao escritor e amigo de todos nós” que procura mostrar a importância que teve a sua acção no despertar de um grupo significativo da sociedade portuguesa anterior ao 25 de Abril  pondo em evidência, além disso, o interesse da sua obra de memórias, ensaio e ficção. A Editorial Presença associou-se a esta homenagem. A edição é coordenada por Maria Helena Mira Mateus e Guilherme d’Oliveira Martins e já se encontra disponível nas livrarias.
Por entre os numerosos testemunhos encontram-se os de Alberto Vaz da Silva, António Mega Ferreira, António Ramos Rosa, Clara Pinto Correia, Dinis Machado, Edgar Morin, Eduardo Lourenço, Graça Morais, Hélder Macedo, Inês Pedrosa, João Bénard da Costa, Jorge Sampaio, José Veiga Simão, Laura Torres, Leonor Xavier, Lídia Jorge, Madalena Fragoso, Marcos Vinicios Vilaça, Mário Soares, Pedro Tamen, Pedro Roseta e Urbano Tavares Rodrigues.



O TEMPO E O MODO


 Lugar privilegiado de abertura de novos horizontes políticos e culturais contra a censura, que se obstinava em silenciar a revista, lançou um importante movimento de liberdade e de inovação. A ela estiveram ligadas pessoas com formações ideológicas e culturais muito diversas, o que não era habitual em Portugal, conseguindo ultrapassar os mitos culturais da época, como António Alçada Baptista, João Bénard da Costa, Pedro Tamen, Alberto Vaz da Silva, Nuno de Bragança, Vasco Pulido Valente, Helena Vaz da Silva. Jorge de Sena, Agustina Bessa-Luís, José Cardoso Pires, Eduardo Lourenço são referências maiores da publicação lançada agora em DVD-ROM.




RAIZ E UTOPIA


Trata-se de uma reedição do Centro Nacional de Cultura, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, de todos os números desta revista única e marcante de uma época, à excepção dos números 9/10, reeditados em 1988 também pelo CNC e ainda disponíveis.
A revista Raiz & Utopia surgiu na Primavera de 77. Vivia-se então em Portugal o efeito de um confronto – se não sangrento, pelo menos violento, – de que os saneamentos e as campanhas de dinamização cultural do MFA foram aspectos desgastantes mesmo à distância, mais pareçam anedóticos.
A sociedade estava cansada de “palavras de ordem” e de um excesso de politização, o que explica o amplo movimento de adesão que se criou em torno da revista.
Ao manifesto Raiz & Utopia (que teve três autores, António José Saraiva, José Baptista e Carlos Medeiros, os dois primeiros já desaparecidos) reagiram  por escrito dezenas de intelectuais e políticos de vários horizontes – e essa foi uma primeira grande vitória da Raiz & Utopia  a que se viriam a somar outras semelhantes ao longo da sua existência, que terminou no Outono de 81.
Raiz & Utopia – de que Helena Vaz da Silva assegurou a direcção a partir do nº 5 até ao fim – foi, de facto, pedrada no charco enquanto existiu. Quando parou, não foi por falta de leitores, mas por se ter entendido que se tinha esgotado o seu projecto, que estava cumprida a sua missão de proclamar uma nova atitude face à vida e à política.
A revista perfez um ciclo – nasceu na Primavera, morreu no Outono, 4 anos volvidos, – mas o seu apelo a uma utopia radical, em favor de um repensar dos fundamentos da vida, propagou-se e deixou sementes.

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