O Óbito
Rafael Duarte Calado, primeiro director do Museu Nacional do Azulejo
Rafael Duarte Salinas de Mendanha Calado, investigador e primeiro director de Museu Nacional do Azulejo, morreu anteontem em Lisboa, aos 69 anos, vítima de um ataque cardíaco. O funeral realiza-se hoje (às 10h00, na Igreja de São João de Deus). A morte de Rafael Duarte Calado “é uma perda irreparável” para a azulejaria e cerâmica portuguesas, comentou ontem Anísio Franco, do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), instituição a que aquele investigador esteve ligado praticamente durante toda a sua actividade profissional até se ter reformado, há dois anos. “Ele tinha aquela sabedoria que não se aprende só nos livros, mas ao longo de uma intensa vida a tocar e a sentir as peças que estudava”, acrescentou Anísio Franco. O mesmo lamento foi expresso por José Meco, também especialista em azulejaria portuguesa, que destacou o papel de Rafael Calado na criação do Museu Nacional do Azulejo no início da década de 1980 e na sua autonomização relativamente ao MNAA, onde até aí funcionava apenas como um departamento. Nascido em Torres Vedras, em 1937, e formado em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, Rafael Calado desenvolveu também uma intensa actividade como professor, criador (foi ceramista e decorador), montador de exposições e dinamizador da importância da cerâmica na história das artes decorativas em Portugal.
in Público | 28 de Dezembro 2006
Rafael Calado era sócio do CNC – Centro Nacional de Cultura e foi dos seus mais empenhados colaboradores, sobretudo na fase inicial dos Passeios de Domingo, nas décadas de 70 e 80.
O CNC presta-lhe aqui uma última homenagem.