No ano passado tivemos um longo atraso, mas agora tudo aconteceu como é tradição.
É sempre bom ver a natureza a seguir o relógio íntimo que todos temos em nós!
Recordo apenas que tudo aponta para que o ano 2019 seja típico, como 2018 foi atípico.
Em 2019 tivemos duas semanas de atraso e em outubro houve uma verdadeira segunda floração.
Todos os anos, há quem faça disto um ritual – descobrir o primeiro Jacarandá a florir em Lisboa.
Jacarandá – o nome indígena tupí-guaraní revela a origem exótica desta árvore da América do Sul. É uma árvore de pequeno porte, alcançando cerca 15 m de altura. O caule é um pouco retorcido e a copa é arredondada e irregular, arejada e rala, perdendo a folhagem no inverno. Os seus frutos são verdadeiras cápsulas de madeira, com formato semelhante a conchas que, quando maduras, libertam centenas de sementes aéreas. Floresce em maio e junho, embora possa fazê-lo de forma extemporânea fora destes limites, apresentando flores perfumadas e grandes, de coloração azul ou arroxeada, em forma de trompete. É muito utilizada na ornamentação de ruas, praças e parques, uma vez que as suas raízes aprumadas e profundas não danificam a calçada.
Foi uma das espécies introduzidas por Félix de Avelar Brotero, enquanto diretor do Jardim Botânico da Ajuda (1811-1828). Depois de aclimatizado, o jacarandá (nome científico Jacaranda mimosifolia) foi plantado por toda a cidade. Pode apreciar-se no Campo Pequeno, no Parque Eduardo VII, no Largo do Carmo ou na Av. D. Carlos I. No final da Primavera, origina uma explosão violeta que parece alastrar-se pela cidade, adicionando “sabor tropical” a uma Lisboa entre o Mediterrâneo e o Atlântico.