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“EM REDOR DE MIM”

Exposição de pintura de António Sem, patente na Sala Sophia de Mello Breyner do CNC, de 16 de Outubro a 3 de Novembro’06

“Em Redor de Mim”
Exposição de pintura de António Sem



Exposição de pintura de António Sem, a realizar-se no âmbito da
9ª edição da Festa no Chiado.

Patente ao público na Sala Sophia de Mello Breyner do CNC,
de 16 de Outubro a 3 de Novembro’06
Segunda a Sexta-Feira, das 10h00 às 18h30


António M. G. Filipe – com pseudónimo de António Sem – nasceu em 1945 em Algueirão e é um autodidacta. Desenvolveu actividade profissional em várias áreas, entre elas teatro e pintura. É Académico de Mérito da Academia de Artes e Letras de Pontzen, Nápoles, Membro Honorário da Fundación Abelló de Barcelona e Administrador da Sociedade Portuguesa de Autores.


Em 1967, inicia estudos e experiências no domínio das artes plásticas, tendo frequentado “ateliers” de pintores consagrados. Exerceu o cargo de comissário nacional em diversas exposições e organizou inúmeras iniciativas culturais. Tem hoje um extenso “curriculum” com presença assinalável em exposições individuais (28) e colectivas (199), obteve diversos prémios e está representado em inúmeros museus e instituições, tudo isto tanto no país como no estrangeiro.



ANTÓNIO SEM – PROCURA E ENCONTRO…
Por Guilherme d’Oliveira Martins


Só poderemos compreender a pintura de António Sem e a sua evolução, a partir de um diálogo permanente entre as palavras e a procura das imagens e dos símbolos. Os vários momentos da sua obra correspondem à passagem pelas diversas estações de uma viagem muito rica.


Como defini-lo? Como entendê-lo? Apenas a partir de uma intensa procura da inquietude do tempo, longe de toda a indiferença e do mero talento.


A cada passo, o autor surpreende-nos. Dir-se-ia que a realidade procurada vai escapando entre os dedos, como areia para um pesquisador de ouro. O que procura é raríssimo. O pintor e o poeta sabem que só depois de muito procurar podem ter a alegria de descobrir o valor que brilha e não tem preço, porque a arte se faz da busca desses momentos únicos, que não se repetem, mas que correspondem ao fugaz encontro, que tem sempre o outro como horizonte. E o seu valor vem do preço que não têm.


A “arte é a imagem da criação” – gosta de citar. E António Sem faz dessa afirmação de Paul Klee uma ligação simbólica – “É um símbolo, como o mundo terrestre é um símbolo do cosmos”. Encontros e desencontros entre o caos e o cosmos, eis o que sentimos intensamente nesta constante procura simbolista de um certo “criacionismo”, não de controvérsias filosóficas, mas apenas de atenção constante ao acto de fazer nascer, de dar vida à tela e ao mundo, de tornar realidade, de construir, da dar e de receber.


E sente-se que a viagem do pintor e do poeta está para continuar. Agora são os símbolos, ontem a imagem das pessoas, a busca dos momentos fugazes, o traço abstracto de quem procurava fixar na tela o ponto de encontro entre o tempo que passa e a eternidade…


E se o preocupa o silêncio que cresce e os murmúrios de ausência, é porque António Sem é um incansável procurador dos outros, das pessoas de carne e osso, das existências concretas e não abstractas. E isso que sentimos sempre em tudo o que cria, na dádiva de sentido aos pormenores do tempo quotidiano.


 

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