Notícia de 26/12/2005, in Diário de Notícias:
Prazo de seis meses de suspensão do processo de demolição do imóvel expira esta semana
O recheio dispersou-se logo após a morte de Garrett, mas a casa permanece. Com o seu futuro ainda em aberto, mas por tempo limitado: o prazo de suspensão do processo de demolição expira quarta-feira (28 de Dezembro), embora seja passível de prorrogação por igual período de seis meses.
A decisão de suspender a demolição foi, recorde-se, tomada a 28 de Junho, por Pedro Santana Lopes. Medida tomada in extremis, dado que, nessa altura, se preparavam já intervenções nos interiores, após largos meses de impasse, sem que a autarquia, Ministério da Cultura e Ippar, como seu serviço dependente, assumissem um compromisso relativamente à sua sorte.
Em Agosto, o actual proprietário, o ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmava à Visão ter entregue o caso aos seus advogados.
Porém, suporte documental sobre a casa não falta. A descrição que Gomes de Amorim dela deixou foi objecto de excelente síntese produzida, em Outubro de 1939, por Henrique de Campos Ferreira Lima (1882-1949), ele próprio um garrettiano, para a revista Olisipo, do Grupo de Amigos de Lisboa.
O Centro Nacional de Cultura apela para que a Câmara Municipal de Lisboa e o proprietário garantam que a memória de Almeida Garrett não se perca no local que foi o da sua última morada, numa casa que o grande escritor e poeta planeou e que mandou construir. Há soluções técnicas que têm de ser exploradas, de modo que uma demolição pura e simples não venha e destruir irreversivelmente um traço indelével da memória do autor de “As Viagens na Minha Terra”.