Ferreira de Castro (1898-1974) continua a ser um dos autores portugueses com maior divulgação internacional, merecendo a sua obra uma releitura atenta e uma revisitação necessária. Lembremo-nos de A Selva (1930), a sua obra mais conhecida e com inequívoca densidade literária, cultural e humana. A experiência brasileira do seringal, da extração da borracha, no Pará, baseada na vida vivida pelo muito jovem emigrante que o escritor foi, ganha hoje uma importância muito especial, ao aliar a vitalidade literária e antropológica à verdade testemunhal. Ler A Selva é não só tomar contacto com um vibrante relato literário e pessoal, mas também conhecer a vida da emigração para o Brasil no início do século XX. Alberto é, com as naturais distâncias que o próprio autor estabelece, uma figuração do próprio Ferreira de Castro que bem conheceu o seringal Paraíso, nas margens do rio Madeira, afluente do Amazonas. Por isso, Jorge Amado, Albert Camus, Stefan Zweig ou Vitorino Nemésio salientaram, com inteira justiça, o inequívoco valor da obra.
Programa
15h – ABERTURA
Guilherme d’Oliveira Martins
15h15 – 1º Painel
Ricardo António Alves: «Para uma biografia de Ferreira de Castro»
Miguel Real: «A Selva, de Ferreira de Castro»
15h45 – 2º Painel
Ana Cristina Carvalho: «Terra Nativa: A paisagem portuguesa na ficção castriana»
José Maria Silva Rosa: «A Curva da Estrada, de Ferreira de Castro»
16h15 – INTERVALO
16h45 – 3º Painel
Pedro Calheiros: «Ferreira de Castro, do naturalismo ao neo-naturalismo neo-realista»
Annabela Rita: «Ferreira de Castro: na ‘volúpia e tortura de criar e realizar-[s]e’»
Carlos Jorge F. Jorge: «O romance castriano no âmbito da literatura ocidental de entre as duas Guerras»
17h30 – Visionamento de trecho do filme de António Campos, «Terra Fria»
17h45 – ENCERRAMENTO
M/6
3€
Parceria | CCB | Centro Nacional de Cultura