É quem mais se aproxima de Camões na sua vida e como símbolo de português com a alma pelo mundo repartida.
Partiu para a Índia, ficou algum tempo no Rio de Janeiro, fez escala em Moçambique, cursou estudos regulares de oficial de Marinha em Nova Goa e foi colocado em Damão, donde desertou, indo até Macau. Fez, pois, a rota do Império e com justiça comparou-se ao lírico e épico de «Os Lusíadas»
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co’o sacrílego gigante
Da penúria cruel no horror me veja;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Se te imito nos transes da Ventura,
Só 40 anos de vida, um apurado sentido poético, uma sólida cultura clássica… Alexandre O’Neill homenageou-o. E hoje devemos lê-lo, em vez de seguir as historietas que por aí andam…
DIÁRIO DE AGOSTO
por Guilherme d’Oliveira Martins
21 de agosto de 2017