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Teatro Nacional de São Carlos

Comunicados publicados pela Direcção do Teatro Nacional de São Carlos e pelo Ministério da Cultura, em que a Tutela reafirma que disponibiliza as verbas prometidas por despacho, mas o Teatro não pode dispor efectivamente delas, por falta de cabimento.

As direcções de Os Amigos do São Carlos e do Centro Nacional de Cultura, perante os comunicados ontem publicados pela Direcção do Teatro Nacional de São Carlos e pelo Ministério da Cultura, manifesta grande preocupação por esta situação, aparentemente kafkiana, em que a Tutela reafirma que disponibiliza as verbas prometidas por despacho, em Novembro, mas o Teatro não pode dispor efectivamente delas, por falta de cabimento.


Tal como nas anteriores temporadas líricas da responsabilidade do Dr. Paolo Pinamonti, a que decorre presentemente reveste uma qualidade que tem prestigiado internacionalmente o Teatro e dado ao público português a possibilidade de assistir a excelentes produções de ópera, possibilidade que é ainda única no País.


Por isso, o anunciado cancelamento forçado de duas óperas – ainda por cima superlativas – constituiria um grave prejuízo para o público que já comprou assinaturas e bilhetes e esperava ter a oportunidade de assistir a obras da envergadura do “Rapto no Serralho” e do “Wozzek”.


Face ao elevado montante de verbas públicas que o Estado Português investe na cobertura dos encargos fixos do São Carlos, restrições como a presente quanto a uma verba comparativamente muito menos destinada à produção de espectáculos, não representa uma economia, significa o desperdício do investimento estrutural de base no Teatro, o que por estranha contradição com esse contexto restritivo, eleva, por arrastamento, o custo de cada
uma das produções remanescentes da temporada para níveis muito mais baixos do que os dos padrões aceitáveis no circuito operático internacional.


Esperamos, portanto, que este impasse, aparentemente apenas burocrático, tenha ainda solução, evitando uma situação comprometedora para o Estado Português no que respeita à sua credibilidade internacional nos circuitos artísticos, e um desrespeito pelo compromisso público que lhe incumbe legalmente de financiamento principal do nosso único Teatro de ópera.


 


 


 


 


 

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