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Lançamento do livro “Canto Longo & Outros Poemas”

Um livro de Francisco d’Eulália (pseudónimo do Prof. Doutor José de Faria Costa), apresentado pelo Dr. Guilherme d’Oliveira Martins, no dia 28 de abril às 17h45 no Centro Nacional de Cultura, na sala Galeria Fernando Pessoa – Largo do Picadeiro nº 10 – 1º (ao lado do restaurante Café No Chiado). 

O Centro Nacional de Cultura e a Editora Modo de Ler apreciariam poder contar com a sua presença nesta sessão, onde serão lidos alguns poemas desta obra, e em que estará presente o Autor para no final autografar a edição.  

 

Francisco d’Eulália

José de Faria Costa, que usa o nome literário de Fran­cisco d’Eulália, é Professor Catedrático na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Autor de uma vasta obra no mundo das ciências jurídico-penais, com incursões relevantes no campo da filosofia do direito e da bioética. Faz parte de vários conselhos redatoriais de revistas, nacionais e estrangeiras, da sua especialidade. A 24 de Julho de 2013, foi eleito, por mais de dois terços dos membros da Assembleia da Re­pública, como Provedor de Justiça, tendo tomado pos­se a 31 de julho do mesmo ano. Por inerência das suas atuais funções, é membro do Conselho de Estado.

São várias as obras publicadas sob o pseudónimo de Francisco d’Eulália: Belém e outros escritos breves, A raiz do Teu Gesto, No Regaço da Memória, Poesia & Minúscula Moralia e 66 Poemas e Onze Repetições. Can­to Longo e Outros Poemas é a quinta obra poética deste autor, que, ora, se apresenta.

Fecha-se uma janela

fecha-se uma janela

depois outra

outra

e mais outra

a que dava para o quintal

por fim a porta

só nos resta

uma fresta

mas por esta

entra uma luzinha

pequenina insignificante

quase se não vê

que

ungaretti e

m’illumino d’immenso

basta-me

Reivindico a subjetividade de sujeito-leitor e digo que a vida de Canto Longo & Outros Poemas ultrapassa a visão dos acontecimentos, permeando o reconhecimento do que é concreto ao abstrato; digo que a tessitura das pa­lavras convoca imagens que me aproximam do objeto; digo que na erotização da arte, na sedução exercida, vejo a captação de espelhamentos refletores de desenvolvi­mentos parciais e, concomitantemente, cumulativos, que a sua poética projeta. Dessa poética digo: abertura para a vida.

Digo articulação, segmentaridade, estratos, territoriali­dade e desterritorialização, desestratificação, linhas de fuga. “A questão é produzir inconsciente e, com ele, no­vos enunciados, outros desejos: o rizoma é esta produção de inconsciente” (Deleuze & Guattari). Então, Canto Longo & Outros Poemas configura-se um pequeno engenho em que cabe mensurar a relação literária com a máquina da abstração que a arrasta.

A poética de Francisco d’Eulália coloca o leitor a permear as entrelinhas imaginárias da sua expressividade. As rela­ções com outras artes, pelo viés dos signos urdidos, des­nudam a composição dos recursos líricos, da sua sintaxe geradora do cume alternadamente tensional e contempla­tivo. Os signos reconstituem uma visão imagética e são usados como forma provocadora de uma apreciação mais profunda, mais homológica desta máquina de sentidos.
Depois, as linhas rizomáticas da vida cruzam eixos: sorte e morte, amor e sexo; a história escorre pelas microfen­das; a cruz desdobra-se e prolonga-se em planos labirín­ticos de ancestralidades. Há um Sísifo que empurra a sua pedra sem nunca virar costas a Pasárgada.
Digo: Canto Longo & Outros Poemas é a história de um ADN – o ADN do Poeta. História(s) de Vida.
 
Isabel Ponce de Leão
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