José Maria Eça de Queiroz (1845-1900) continua a ser o grande símbolo do romance realista ou naturalista em Portugal. A sua obra é motivo para procurarmos compreender a sociedade portuguesa, ainda nos dias de hoje. Apesar das profundas mudanças ocorridas no último século, o certo é que as principais personagens da obra queiroziana continuam bem vivas na nossa memória, com uma atualidade desconcertante. É verdade que será talvez difícil encontra-las num recanto da atualidade, mas se virmos bem, por exemplo em «Os Maias», descobrimos a anatomia de uma sociedade que vai evoluindo gradualmente, entre tensões e entusiasmos, desde a força da tradição de Afonso da Maia até à perplexidade e incerteza dos diálogos entre Carlos Eduardo e João de Ega. Carlos Fradique Mendes, José Fernandes ou Jacinto são talvez mais próximos de nós, do que poderíamos supor à primeira vista… A panóplia de figuras, de episódios e acontecimentos permite fazer de um dia dedicado ao romancista oportunidade para verificarmos como o diálogo entre o romance e a vida tem uma atualidade indiscutível.
P R O G R A M A
15H00 – Abertura
António Lamas
Guilherme d’Oliveira Martins
15h15 – Eça e os outros (Biografia e relação com os de 70)
Alfredo Campos Matos – Eça de Queiroz. Especificidades de uma idiossincrasia singular e sua importância na interpretação de seus textos.
Guilherme d’Oliveira Martins – Eça de Queiroz e os vencidos da vida
15h45 – Eça, ele próprio (Do jovem Eça ao último Eça)
Luiz Fagundes Duarte – Um Eça que se faz Eça
Ana Luísa Vilela – “Os Maias”: desejo, impasse, superação
Carlos Reis – Quem é o último Eça?
16h30 – Intervalo
17h00 – Os outros e Eça (Diálogos com outras artes)
Isabel Pires de Lima – Eça e a pintura: ontem e hoje
Miguel Real – A modernidade de Eça e a literatura contemporânea
João Botelho – Verdade e mentira na adaptação de “Os Maias”
18h00 – Encerramento
Pequeno Auditório do CCB | 6 de dezembro | 15h00