O Centro Nacional de Cultura, ao celebrar os 70 anos de existência, homenageia Sophia de Mello Breyner Andresen e Helena Vaz da Silva, numa exposição onde reunimos um conjunto de referências – obras de arte, objetos, livros – que trazem até nós a sua memória, através do testemunho de tantos amigos. Sophia e Helena representam duas facetas fantásticas da vida do Centro. A autora de «Mar Novo» deunos a sua sensibilidade e talento dando à instituição com sangue novo dos jovens poetas e com um sentido de Liberdade e de Espírito – em nome da dignidade do ser. Como o nome indica, Sophia foi sinal supremo da sabedoria. Helena (das Sete Partidas) representa o entusiamo, a ação, o ir ao encontro de quem somos e do que nos permitiu melhor descobrir os outros – numa cultura de várias culturas, num encontro de múltiplos encontros. Em cada objeto, em cada palavra, em cada pintura, em cada desenho descobrimos como Sophia e Helena continuam connosco. Por isso esta homenagem do CNC é no essencial a invocação sublime da Arte na Vida.
Guilherme d’Oliveira Martins
A obra de arte faz parte do real e é destino, salvação e vida. […] O artista não é, e nunca foi, um homem isolado que vive no alto de uma torre de marfim. O artista, mesmo aquele que mais se coloca à margem da convivência, influenciará necessariamente, através da sua obra, a via e o destino dos outros.
Sophia de Mello Breyner in Arte Poética III
A arte é contemplação, interiorização, isolamento – mas é também acção, multiplicação, transmutação. A cultura é silêncio, aquisição, trabalho – mas é também comunicação, partilha, intervenção.
Helena Vaz da Silva – “A Cultura no Centro” in Incitações para o Milénio 2001, Centro Nacional de Cultura
Visita guiada
4 de novembro (quarta-feira) * 18h00 * Galeria Fernando Pessoa
Largo do Picadeiro nº 10 – 1º (ao lado do Café No Chiado)
