Senhora Administradora da Fundação Calouste Gulbenkian, Drª Teresa Patrício Gouveia
Senhora Secretária-Geral da Europa Nostra
Senhores Laureados
Senhores Convidados
Saúdo a presença de todos vós, em particular a da Senhora Administradora da Fundação Calouste Gulbenkian, Dra. Teresa Patrício Gouveia, partilhando com o Centro Nacional de Cultura um dia tão especial, em que se atribui o 3º Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, prova de que o seu legado continua vivo.
Agradeço à Fundação Calouste Gulbenkian que, pela terceira vez, nos acolhe e nos apoia, celebrando, connosco, este dia.
Não posso deixar de agradecer a quem, além da Fundação, tornou também viável a concretização desta iniciativa – o Senhor Secretário de Estado da Cultura e o Turismo de Portugal.
Por fim, agradeço à Europa Nostra, que o CNC representa formalmente em Portugal, o facto de ter acolhido desde o início a ideia do CNC da criação do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, e ao Clube Português de Imprensa o ter-se associado ao CNC, desde o primeiro momento, para a criação deste Prémio.
Com o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, atribuído anualmente, de acordo com o seu Regulamento, “a um cidadão europeu que, ao longo da sua carreira, se tenha distinguido pela sua actividade de divulgação, defesa e promoção do Património Cultural Europeu, nomeadamente através de obras literárias, da música, de artigos, crónicas, fotos, séries documentais, filmes e programas de rádio e/ou televisão publicados ou emitidos nos diversos media”, homenageamos uma referência fundamental da Cultura Portuguesa e da Cultura Europeia. Helena Vaz da Silva cumpria todos estes requisitos, sendo o símbolo do que neste prémio queremos distinguir e homenagear. Devo acrescentar uma palavra especialíssima para Alberto Vaz da Silva, que pela primeira vez não nos acompanha nesta cerimónia. Tudo devemos a Helena e Alberto. E este ano muito especialmente, sabemos que a atribuição do Prémio a Jordi Savall, à sua sensibilidade e à força luminosa da Arte, corresponde à grande mensagem que Alberto Vaz da Silva nos deixou.
A atribuição do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural a Jordi Savall constitui o reconhecimento de um trabalho intenso e admirável de uma personalidade notável, de um artista e de um cidadão que, no âmbito da música, tem sabido ilustrar e desenvolver um conceito dinâmico de defesa e preservação da herança e da memória históricas como realidades vivas, nas quais o passado é enriquecido no presente para poder projetar-se no futuro como mais-valia. Falar de património cultural é isto mesmo: ter consciência de que a memória viva do que recebemos da História exige o respeito pela responsabilidade que nos levará a fazer da criatividade e da inovação o enriquecimento necessário do que recebemos e legamos a quem nos sucede. Se na atribuição dos prémios da Europa Nostra e do Centro Nacional de Cultura, em anos anteriores, Claudio Magris e Ohran Pamuk representaram, no domínio da literatura, a demonstração de como a memória obriga a tornar ativo, pela narrativa, o diálogo entre o código genético que recebemos, como acervo multifacetado, e a capacidade de sermos nós próprios, enriquecendo o que recebemos, Jordi Savall completa essa mensagem, ligando a arte à síntese fecunda que resulta do diálogo entre culturas e gerações.
A atribuição de uma Menção Especial ao jornalista de rádio e televisão Adrian Lloyd Hughes resulta da sua notável contribuição para a divulgação da arte europeia e respetiva influência no património cultural dinamarquês. Nos últimos 30 anos, trabalhou para os principais canais públicos de televisão e rádio e tornou-se uma figura pública proeminente, assumindo o papel de guia cultural do grande público na Dinamarca. Os seus programas de rádio e televisão cobrem uma grande diversidade de temas culturais e atingem grande audiência.
Sobre ele o júri comentou “Adrian Lloyd Hughes tem a capacidade de tornar os temas culturais acessíveis ao grande público, conduzindo-o numa interessante viagem através da Arte e do Património. Ele estimula e ilumina os seus ouvintes e espectadores com a extraordinária capacidade que tem para comunicar o significado e a relevância da Arte e do Património na sociedade de hoje”.
Também ao jornalista espanhol Rafael Fraguas foi atribuída uma Menção Especial do júri pelos muitos anos dedicados a promover os valores do património cultural e natural através dos media, sobretudo dos seus artigos no jornal diário El País, onde chama, sobretudo, a atenção para o património ameaçado, encorajando a sua salvaguarda.
Sobre ele o júri comentou “Durante a sua distinta carreira de jornalista, Rafael Fraguas conseguiu o equilíbrio entre o imediatismo do relato noticioso e a dimensão histórica e o significado a longo prazo do nosso legado cultural. Através da sua comunicação dinâmica e empenhada, tem grande influência nos seus leitores e contribui para uma renovada consciência do povo espanhol do valor do seu património e da necessidade de o proteger e preservar como parte da identidade cultural europeia”.
A esse júri, aqui presente, a que tive a honra de presidir, Irina Subotic, Marianne Ytterdal, Piet Jaspaert, José María Ballester, Francisco Pinto Balsemão e João David Nunes, o meu muito obrigado.
Desejo a todos uma boa sessão de mais um Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural!
GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS
