Maria da Graça Salema de Castro, presidente e fundadora da Fundação Eça de Queiroz, faleceu este domingo aos 95 anos, em Tormes, Santa Cruz do Douro, concelho de Baião. D. Maria da Graça encontrava-se em convalescença no Centro Social de Santa Cruz do Douro. D. Maria da Graça foi sepultada no jazigo onde se encontram os restos mortais do escritor José Maria Eça de Queiroz (1845-1900), dos filhos e do neto, Manuel Benedito de Castro, seu marido.
Nascida em Lisboa em 1919, frequentou o Curso de Assistente Social e a Alliance Française, casando-se aos 21 anos. Depois de uma estada de cinco anos em Luanda, Angola, o casal fixou definitivamente residência em Baião, na casa materna de Manuel de Castro, a Quinta de Vila Nova, na freguesia de Santa Cruz do Douro.
Maria da Graça Salema de Castro participou na “Obra do Bem-Estar Rural”, um movimento para o desenvolvimento local do concelho que criou uma escola, abriu acessos rurais no concelho, realizou colónias de férias para crianças, fez acompanhamento social e criou o primeiro centro de saúde. Já depois da morte do marido, e dando seguimento a um projeto de ambos, criou, em 1990, a Fundação Eça de Queiroz, instituição de utilidade pública sem fins lucrativos, cuja atividade é a divulgação e promoção nacional e internacional da obra do escritor, um dos maiores nomes da literatura portuguesa. A ação da Fundação, que completa 25 anos a 9 de setembro, tem-se desenvolvido nas áreas cultural, educativa, artística e de promoção do desenvolvimento social.
O Presidente do Centro Nacional de Cultura endereçou condolências à família, recordando o extraordinário exemplo de vida de D. Maria da Graça, na defesa dos mais lídimos valores da língua e da cultura portuguesas.