SINOPSE
Eis que ressurge, com uma nova escrita, o romance de António VieiraDoutor Fausto. A primeira versão deste livro, que entretanto acompanhou a vida do autor, apareceu há quase um quarto de século numa edição da Imprensa Nacional.
Eis que ressurge, com uma nova escrita, o romance de António VieiraDoutor Fausto. A primeira versão deste livro, que entretanto acompanhou a vida do autor, apareceu há quase um quarto de século numa edição da Imprensa Nacional.
Aqui se retoma, sob as espécies de um romance, o poderoso mito europeu que atravessou seis séculos sob formas inúmeras. Fausto, que em Marlowe e em Goethe fora um mágico, em Valéry um homem de letras, em Thomas Mann um compositor, aparece agora como um filósofo ítalo-alemão, discípulo de Husserl e intérprete de Nietzsche, atento a sinais que lhe revelam a essência do mundo como um jogo vão e deslumbrante.
O Espírito negativo com quem celebra o famoso pacto de rejuvenescimento (que confere a Fausto a mesma idade do autor) não é mais um demónio cristão, mas o árbitro do jogo do mundo. Ao longo dos sete capítulos e de um itinerário fáustico que percorre todo o século XX, move-se o herói entre a procura das raízes do conhecimento e a perplexidade perante uma sociedade em desagregação.
Opondo-se ao mundo cada vez mais desnaturado do Incaracterístico, Fausto obedece à definição que dá de um intelectual: «aquele que se esconde e detém um poder subterrâneo, que há-de ser um poder de subversão». O mito de Fausto, raras vezes tratado na literatura portuguesa, ressurge aqui com os seus enigmas e evoca as inquietações centrais do homem da modernidade.
ANTÓNIO VIEIRA tem publicado obras de ensaio e ficção, de que se destacam Discurso da Ruptura da Noite (1976), A Fenomenologia da Criação Artística em Mário Botas (1983), Doutor Fausto (1991), Metamorfose e Jogo em Mário de Sá-Carneiro (1997), Tunturi (1998), Dissonâncias (1999), O Regresso de Penélope (2000), Contos com Monstros (2001), Sete Contos de Fúria (2002), Improvisações sobre a Ideia de Deus (2005), Fim de Império (2008), Ensaio sobre o Termo da História (2009), Olhares de Orfeu (2013). A sua obra sofreu influência da filosofia fenomenológica e da escrita de Proust, Kafka, Valéry, Blanchot e Jaccottet.
Antes de ter deixado a Universidade para se dedicar à literatura, foi professor de psicopatologia na Faculdade de Medicina de Lisboae, depois, ensinou etologia e antropologia física na Universidade Nova de Lisboa. Das suas obras científicas, salientam-se Etologia e Ciências Humanas (1983), Ensaios sobre a Evolução do Homem e da Linguagem (1995) e A Evolução do Darwinismo (2009).
CENTRO NACIONAL DE CULTURA
Galeria Fernando Pessoa
Largo do Picadeiro, 10, 1º
8 de outubro, pelas 18h30