Promovido pelo CPI, CNC e Grémio Literário
D. Manuel Clemente participa no ciclo de jantares-debate
“Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania?”
Prossegue no próximo dia 22 de abril, imediatamente a seguir à Páscoa, o ciclo de jantares-debate subordinado ao tema “Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania?“, tendo D. Manuel Clemente, antigo Bispo do Porto e atual Patriarca de Lisboa como orador convidado.
Este novo ciclo de jantares-debate, com periodicidade mensal, é promovido pelo Clube Português de Imprensa, Centro Nacional de Cultura e Grémio Literário.
D. Manuel José Macário do Nascimento Clemente, de seu nome completo, nasceu no concelho de Torres Vedras, em 16 de julho de 1948. Ingressou no Seminário Maior dos Olivais em 1973, tendo sido ordenado presbítero seis anos depois. Da sua biografia oficial, consta que foi Coadjutor das paróquias de Torres Vedras e Runa, formador e Reitor do Seminário dos Olivais e, desde 1997, membro do Cabido da Sé de Lisboa. Nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa e titular de Pinhel, em 6 de novembro de 1999, foi ordenado na Igreja de Santa Maria de Belém (Jerónimos) a 22 de janeiro de 2000.
O seu espírito missionário fez com que fosse nomeado para coordenar a equipa portuguesa do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE) que juntou as dioceses de Viena, Paris, Lisboa, Bruxelas e Budapeste. D. Manuel Clemente tem ligações ao movimento escutista: foi escuteiro desde 1964, primeiro na Paróquia de São João de Deus e depois em Torres Vedras.
Nomeado bispo do Porto, em fevereiro de 2007, D. Manuel Clemente é licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa e em Teologia pela Universidade Católica. Doutorou-se em Teologia Histórica em 1992, com a tese intitulada ‘Nas origens do apostolado contemporâneo em Portugal. A «Sociedade Católica»’ (1843-1853).
É, também, autor de vários livros, como “A Igreja no Tempo, História Breve da Igreja Católica” e de vários textos sobre o catolicismo em Portugal a partir do liberalismo.
Considerado um dos profundos pensadores do País na atualidade, recebeu o Prémio Pessoa em 2009, e há muito que era dado como o mais provável sucessor de D. José Policarpo, entretanto falecido.
Otimista por natureza, D. Manuel Clemente, tem revelado uma visão muito própria do País, como aconteceu numa entrevista ao “Público”, ao dizer que Portugal “existe exatamente por não se confinar ao seu retângulo original. Para os portugueses, Portugal, este Portugal daqui, este cantinho da Europa, nunca foi o bastante. E até pela nossa própria situação: somos, na Europa, o País que está mais perto de outros continentes, daqueles que já se conheciam, como África, ou dos que ainda não se conheciam, como a América. Portugal teve sempre no mar a sua melhor definição. É um País-cais, onde se está sempre a chegar e de onde se está sempre a partir. Um País embarcado”.
Observador atento não apenas das realidades portuguesas, como europeias, D. Manuel Clemente sente que “há hoje dois aspetos preocupantes para a democracia, um interno e outro externo. O primeiro é a não participação das pessoas: as grandes percentagens de abstenção nas eleições dos países europeus são um sinal preocupante. O aspeto externo é o facto de os grandes centros de decisão estarem hoje fora do âmbito nacional e estatal. E é também por isso que as pessoas não intervêm. Não sabem quem manda, o poder não tem rosto. Se estes dois aspetos se agravarem, se aumentar o abstencionismo e o sentimento de que nada de essencial se decide a nível nacional, a democracia corre perigo”
Além do Prémio Pessoa, atribuído por ser “uma referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo”, D. Manuel Clemente foi condecorado com Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, pelo Presidente Cavaco Silva, a 30 de agosto de 2010, enquadrada na Visita Apostólica de Bento XVI a Portugal.
Entre outras distinções, D. Manuel Clemente possui ainda o Doutoramento Honoris causa em Ciência Política, Cidadania e Relações Internacionais, atribuído pela Universidade Lusófona do Porto, em 2012.
É esta personalidade fascinante, intelectual e Homem da Igreja, que nos privilegia com a sua presença no Grémio Literário, para abordar o tema “Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania”.
Recorde-se que o objetivo desta iniciativa é o de juntar, como já sucedeu no ciclo anterior, um conjunto de personalidades relevantes da sociedade portuguesa, que possam ajudar-nos a refletir sobre a situação complexa que o País vive, desde que se encontra sob assistência financeira internacional e sujeito a uma austeridade severa.
Inscrições: 213466722 ou tferreiragomes@cnc.pt