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JANTAR-DEBATE

O ciclo de jantares-debate “Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania?” prossegue no próximo dia 26 com Jorge Sampaio

Promovido pelo CPI, CNC e Grémio Literário
Jorge Sampaio intervém no ciclo de jantares-debate
“Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania?”

Prossegue no próximo dia 26, tendo Jorge Sampaio como orador convidado, o novo ciclo de jantares-debate, promovido pelo Clube Português de Imprensa, o Centro Nacional de Cultura e o Grémio Literário, subordinado ao tema “Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania?“.

Recorde-se que o objetivo desta iniciativa é o de juntar, como já sucedeu no ciclo anterior, um conjunto de personalidades relevantes da sociedade portuguesa, que possam ajudar-nos a refletir sobre a situação complexa que o País vive, desde que se encontra sob assistência financeira internacional e sujeito a uma austeridade severa.

  

Jorge Sampaio – de seu nome completo, Jorge Fernando Branco de Sampaio – nasceu em Lisboa, em 18 de setembro de 1939, filho de Arnaldo Sampaio, médico, especialista em Saúde Pública, e de Fernanda Bensaude Branco de Sampaio, professora particular de inglês.

Desde a infância, fez estudos musicais e, por imperativo da carreira do pai, passou largo tempo nos EUA e em Inglaterra, experiência que o marcou profundamente. Frequentou os estudos secundários nos liceus Pedro Nunes e Passos Manuel.

Da sua extensa biografia oficial, ressalta que, corria o ano de 1961, quando se licenciou em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi ainda na Universidade que desenvolveu uma relevante atividade política de oposição à Ditadura. Nesse quadro, foi eleito Presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito, em 1960-61, e Secretário-Geral da Reunião Inter Associações Académicas (RIA), em 1961-62. Nessa qualidade, assume-se como um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, a qual esteve na origem de um longo e generalizado movimento de contestação estudantil, que durou até ao 25 de Abril de 1974, e que abalou profundamente o Regime.

Deu, entretanto, início a uma intensa carreira de advogado, que se estendeu por todos os ramos de Direito, tendo desempenhado, igualmente, funções diretivas na Ordem dos Advogados. Teve um papel de relevo na defesa de presos políticos no Tribunal Plenário de Lisboa.

Ao aprofundar a sua ação como opositor à Ditadura, candidatou-se, em 1969, às eleições para a Assembleia Nacional, integrando as listas da CDE.

Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, surgiu como um dos principais impulsionadores da criação do Movimento de Esquerda Socialista (MES), do qual se desvinculou, contudo, logo no congresso fundador, em dezembro do mesmo ano, por discordância de fundo com a orientação ideológica aí definida.

Desempenhou, nos anos da Revolução, um importante papel no diálogo com a ala moderada do MFA, sendo um ativo apoiante das posições do “Grupo dos Nove”. Em março de 1975, foi nomeado Secretário de Estado da Cooperação Externa, no IV Governo Provisório.

Ainda em 1975, fundou a “Intervenção Socialista”, grupo constituído por políticos e intelectuais, que viriam a desempenhar funções de relevo na vida pública, e que desenvolveu um significativo trabalho de reflexão e renovação política.

Em 1978, Jorge Sampaio aderiu ao Partido Socialista, sendo eleito, em 1979, deputado à Assembleia da República, pelo círculo de Lisboa.

De 1979 a 1984, foi membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa, sendo reeleito deputado à Assembleia da República em 1980, 1985, 1987 e 1991. Em 1987/88  presidiu ao  Grupo Parlamentar do PS.

Eleito Secretário-Geral do PS, exerceu o cargo até 1991, designado, entretanto, pela Assembleia da República, como membro do Conselho de Estado.

Em 1989, decidiu concorrer à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, cargo para o qual veio a ser eleito e depois reeleito em 1993.

De 1990 a 1995, presidiu à União das Cidades de Língua Portuguesa (UCCLA), sendo eleito Vice-Presidente da União das Cidades Ibero-Americanas, em 1990. Foi, também, eleito Presidente do Movimento das Eurocidades (1990) e da Federação Mundial das Cidades Unidas (1992).

Em 1995, Jorge Sampaio apresentou a sua candidatura às eleições presidenciais, recebendo o apoio de inúmeras personalidades, independentes e de outras áreas políticas, com destaque na vida política, cultural, económica e social, e do Partido Socialista. Em 14 de janeiro de 1996,  foi eleito à primeira volta. Apresentou-se de novo e voltou a ser eleito, à primeira volta, em 14 de janeiro de 2001, para um novo mandato.

Jorge Sampaio manteve, ao longo dos anos, uma constante intervenção político-cultural. Em 1991, publicou, sob o título A Festa de Um Sonho, uma coletânea dos seus textos políticos. Em 1995,  foi  editado o seu livro Um Olhar sobre Portugal, no qual responde a personalidades de vários setores da vida nacional, configurando a sua perspetiva dos problemas do País. Em 2000, publicou o livro Quero Dizer-vos, em que expõe a sua visão atualizada dos desafios que se põem à sociedade portuguesa. As suas intervenções presidenciais foram reunidas nos livros Portugueses I-X.

Em abril de 2006 tomou posse como Conselheiro de Estado, na sua qualidade de antigo Presidente da República.

Em maio de 2006 foi designado Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose e, em abril de 2007, foi nomeado, pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Alto Representante para a Aliança das Civilizações.

É, também, Presidente do Conselho Consultivo da Universidade de Lisboa.

Entre as várias condecorações que possui, destacam-se o Grande-Colar da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e da Ordem da Liberdade e, Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Tem recebido numerosas distinções nacionais e estrangeiras, entre as quais a de Doutor Honoris Causa – Universidade de Aveiro, 2 de abril de 2008; Universidade de Coimbra, 24 de junho de 2010; Universidade de Lisboa, 11 de outubro de 2010.

É esta personalidade, com um expressivo e multifacetado currículo – quer no plano politico, quer no académico e intelectual – que nos privilegia com a sua presença no Grémio Literário, para abordar o tema “Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania”.

Inscrições
Tel.: 213466722 ou tferreiragomes@cnc.pt

Preço: €30,00 por pessoa

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