O Centro Nacional de Cultura acaba de regressar de uma inesquecível viagem ao Sri Lanka. Uma verdadeira embaixada cultural da sociedade civil, constituída por 30 associados, num país onde pudemos encontrar profundas raízes comuns. Foram sete dias de visitas extraordinárias e de encontros inesquecíveis como o que aconteceu no dia 6 de dezembro com a comunidade dos Portuguese Burghers de Batticalloa (Burgher significa cidadãos em neerlandês), cujo principal desejo é o de aprender português. Com emoção, ouvimos e compreendemos o crioulo “Paranghi” onde, por exemplo, a palavra papiar significa falar (como em Malaca).
Como nos diz Anísio Franco na sua última crónica de viagem: (…) “e quando nós efetuámos a Restauração do país, é ao Oriente que vamos buscar a nossa identidade. É nas peças do Oriente que nos vamos distinguir. Nós somos os Senhores do Oriente e, portanto, eles são mais importantes para nós do que nós para eles. Uma espécie de espelho magnificador, um espelho que mostra a nossa grandeza pelo trabalho dos outros, pela cultura dos outros e não pela nossa cultura. Nós assumimos a cultura deles como sendo uma parte da nossa distinção, do que nos faz diferentes dos outros (…)”
Tratou-se de uma plena realização do ciclo “Os portugueses ao encontro da sua História” onde cultura, arte, comunidade, língua e património se fundiram numa viagem onde a sustentabilidade ao nível ambiental, económico e social solidificam novas parcerias como a que mantemos com a Ayu in the Wild com quem pudemos concretizar uma vez mais a ideia de Turismo Cultural pensada por Helena Vaz da Silva em 1985.
Para o futuro, ficam novas e importantes evidências históricas, o filme de Margarida Gil, a amizade com as pessoas que encontrámos, a ligação com a comunidade dos Portuguese Burghers através de Earl Barthelot e a promessa de alertar Portugal para a necessidade de intensificar relações institucionais e processos de comunicação, à imagem das nossas profundas ligações culturais.